MODELO ASSISTENCIAL EM SAÚDE MENTAL REPRESENTADO EM UM ESTRANHO NO NINHO, DE MILOS FORMAN, E A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

Autores

  • Mirian Malacarne Ferrari
  • Rodrigo Batista de Almeida Instituto Federal do Paraná (IFPR)

Resumo

Um dos filmes mais clássicos que retrata a “loucura” é Um estranho no ninho (One flew over the cuckoo’s nest), de 1975, dirigido por Milos Forman. A história é centrada no personagem McMurphy, que finge ser “louco” para escapar do trabalho a que seria obrigado na prisão rural, onde cumpria pena. Levado para um hospital psiquiátrico, McMurphy tenta fugir quando descobre que a sua permanência nesse local será longa. Como castigo, McMurphy será lobotomizado. Este trabalho objetivou discutir aspectos relacionados à temática esquizofrenia e desinstitucionalização, a partir de elementos apresentados no filme. Apesar de o filme abordar o cenário norte-americano dos anos 1960, este trabalho utiliza o contexto da organização dos serviços em saúde mental apresentado no filme como o panorama que desencadeou o movimento da reforma psiquiátrica ao redor do mundo, inclusive no Brasil. A metodologia consistiu na análise do filme, a fim de identificar elementos relacionados à temática estudada, embasando uma discussão acerca da superação do modelo assistencial em saúde mental centrado no hospital psiquiátrico. O filme descreve a institucionalização e a aplicação indiscriminada, em circunstâncias punitivas, de eletroconvulsoterapia e lobotomia. Conclui-se que as situações retratadas no contexto do hospital psiquiátrico são, em grande medida, universais e refletem muitas das condições encontradas nas instituições manicomiais do Brasil, antes da reforma psiquiátrica, implementada a partir de 2001. Essa reforma buscou superar o antigo modelo assistencial em saúde mental, que privilegiava o internamento, o isolamento social e métodos repressores e punitivos, como o uso intenso de antipsicóticos e de eletroconvulsoterapia.

Palavras-chave: Cinema; Psicofarmacologia; Saúde Mental; Esquizofrenia; Desinstitucionalização.

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Biografia do Autor

Rodrigo Batista de Almeida, Instituto Federal do Paraná (IFPR)

Farmacêutico pela UEPG (1998), mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFRGS (2003), professor do Curso de Farmácia do IFPR/Palmas desde 2010.

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Publicado

2022-02-08