INDICADORES MICROBIOLÓGICOS DE POLUIÇÃO FECAL NA DESEMBOCADURA DA GAMBOA OLHO D’ÁGUA, PARANÁ: SUBSÍDIO PARA O MONITORAMENTO DA BALNEABILIDADE NO BRASIL - DOI: 10.5212/Publ.Biologicas.v.17i1.0003

Resumo

Estudos de contaminação, através de análises de coliformes totais e termotolerantes, em águas de recreação, são importantes tanto para a saúde humana quanto para a qualidade ambiental. Foi objetivo deste estudo analisar a abundância das enterobactérias na desembocadura da Gamboa Olho d’Água e praia adjacente, em diferentes alturas da maré (preamar e baixa-mar), correlacionando-as com parâmetros ambientais (salinidade, temperatura, potencial hidrogeniônico, oxigênio dissolvido e precipitação). Para isso foram realizadas, entre dezembro de 2003 e janeiro de 2005, cinco coletas de água superficial em três pontos (um na gamboa e dois na praia adjacente), nas preamares e baixa-mares. Os coliformes totais e termotolerantes foram determinados pelo método dos tubos múltiplos. Os dados de precipitação e de alturas de marés foram cedidos pelo Laboratório de Física Marinha do Centro de Estudos do Mar da UFPR. No período estudado os menores valores de salinidade, pH, oxigênio dissolvido e maiores de coliformes totais e termotolerantes foram registrados na gamboa. Nos demais pontos foram observados grandes reduções destes micro-organismos pela miscigenação da água da gamboa com a do mar adjacente. Comparando todos os pontos, não foram constatadas grandes diferenças na variabilidade de coliformes entre as marés. Entretanto, comparando-se somente os da praia, a contaminação fecal foi significativamente maior (p = 0,039) durante a baixa-mar, principalmente nos períodos de alta pluviosidade. Sugere-se, portanto, que doravante as coletas de monitoramento de balneabilidade levem em consideração a altura da maré e os índices pluviométricos.