ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO AUTOADENSÁVEL COM AGREGADOS RECICLADOS
Resumo
A construção civil está diretamente relacionada a grande quantidade de resíduos e entulhos depositados no meio ambiente. Com o intuito de dar um outro fim aos resíduos de construção civil, tem-se mostrado promissor a reciclagem desses materiais, sendo que uma das formas de reciclagem é a utilização como substituto do agregado natural. Nesse âmbito, o objetivo dessa pesquisa foi analisar a influência do agregado reciclado na resistência à compressão do concreto antoandensável (CAA). A metodologia utilizada para a fabricação do concreto autoadensável é apresentada por Gomes (2002), onde ele estabelece a dosagem e apresenta as três etapas do CAA: pasta, agregado (esqueleto granular) e concreto. Analisou-se então a resistência à compressão, resistência à tração por compressão diametral, resistência à tração na flexão e módulo de elasticidade nas idades de 3, 7, 28, e 91 dias. Verificou-se que o CAA com agregados reciclados obteve 55% da resistência à compressão do CAA com agregados naturais, denominado concreto de referência, na idade de 91 dias. A queda de resistência do CAA com agregados reciclados está relacionada ao tipo de agregado utilizado na pesquisa, pois as características do agregado como dimensão, forma e granulometria podem causar alteração da relação água/cimento. Porém o CAA com agregados reciclados ainda pode ser aplicado em determinadas construções sem que ocorra prejuízos significantes na resistência à compressão, seguindo um critério rigoroso na escolha e separação dos agregados reciclados.Referências
ABRECON, Associação Brasileira para reciclagem de resíduos da construção civil e demolição. Manual de qualidade ABRECON. São Paulo, 2017. Disponível em: <https://abrecon.org.br/pro grama-qualidade/manual-qualidade/>. Acesso em: 11 set. 2017.
ALMEIDA FILHO, F. M. de. Contribuição ao estudo da aderência entre barras de aço e concretos auto adensáveis. São Carlos, 2006. 310f. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos – USP. São Carlos, 2006.
ÂNGULO, S. C. Caracterização de agregados de resíduos de construção e demolição reciclados e a influência de suas características no comportamento de concretos. São Paulo, 2005. 236f. Tese (Doutorado). Escola Politécnica – USP. São Paulo, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
_______. NBR 15823: Concreto autoadensável. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
_______. NBR 5739: Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
_______. NBR 7222: Argamassa e concreto – Determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
_______. NBR 12142: Concreto – Determinação da resistência à tração na flexão em corpos de prova prismáticos. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
_______. NBR 8522: Concreto: determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2008.
_______. NBR 9833: Concreto fresco: determinação da massa específica, do rendimento e do teor de ar pelo método gravimétrico. Rio de Janeiro, 2009.
_______. NBR NM 53: Agregado graúdo: determinação da massa específica, massa específica aparente e absorção de água. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
_______. NBR NM 248: Agregados: determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
_______. NBR NM 52: Agregado miúdo: determinação da massa específica e massa específica aparente. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
_______. NBR NM 45: agregados: determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
_______. NBR 7211: agregados para concreto: especificação. Rio de Janeiro, 2009.
BARBOZA, L. da S. Estudo sobre o impacto da redução do consumo de cimento no comportamento mecânico do concreto autoadensável. São Carlos, 2016. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2016.
BUTTLER, A. M. Concretos com agregados graúdos reciclados de concreto – influência da idade de reciclagem nas propriedades dos agregados e concretos reciclados. São Carlos, 2003. 220f. Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos – USP. São Carlos, 2003.
CAVALCANTI, D. J. de H. Contribuição ao estudo de propriedades do concreto autoadensável visando sua aplicação em elementos estruturais. Maceió, 2006. 141f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Maceió, 2006.
GOMES, P. C. C.; BARROS, A. R. de. Métodos de dosagem de concreto auto adensável. São Paulo: PINI, 2009.
GOMES, P. C. C.; ALENCAR, T. F. F. de; SILVA, N. V. da; MORAES, K. A. de M.; ÂNGULO, S. C. Obtenção de concretos leves utilizando agregados reciclados. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 15, n. 3, p. 31-46, jul./set. 2015.
GOMES, P. C. C. Optimization and characterization of high-strength selfcompacting concrete. Barcelona, 2002. 150 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universitat Politècnica de Catalunya, Barcelona, 2002.
LEITE, M. B. Avaliação de propriedades mecânicas de concretos produzidos com agregados reciclados de resíduos de construção e demolição. Porto Alegre, 2001. 290f. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2001.
METHA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Microestrutura, propriedades e materiais. São Paulo: IBRACON, 2014.
SHINDOH, T.; MATSUOKA, Y. Development of Combination-Type Self-Compacting Concrete and Evaluation Test Methods. Journal of Advanced Concrete Technology, v. 1, n. 1, p.26-36, abr. 2003.
SU, N.; HSU, K.; CHAI, H. A simple Mix Design Method for Self-Compacting Concrete. Cement and Concrete Research, n. 31, p. 1799-1807, 2001.
TENÓRIO, J. J. L. Avaliação de propriedades do concreto produzido com agregados reciclados de resíduos de construção e demolição visando aplicações estruturais. Maceió, 2007. 157f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Alagoas. Maceió, 2007.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.