INFLUÊNCIA DO TEMPO DE CURA SOBRE AS PROPRIEDADES DE UM NOVO CIMENTO GEOPOLIMÉRICO A BASE DE VIDRO RECICLADO
Resumo
Geopolímeros, ou “polímeros inorgânicos”, são materiais formados a partir da dissolução de matérias-primas naturais à base de aluminossilicatos em uma solução alcalina. O resultado desta reação é a formação de um composto sintético, produzido a baixas temperaturas ou mesmo à temperatura ambiente. Neste trabalho foram desenvolvidos polímeros inorgânicos a partir de vidro reciclado e agalmatolito. A proporção Si/Al estabelecida na formulação foi de 1,5. Corpos de prova cilíndricos e prismáticos foram obtidos convencionalmente e curados à temperatura ambiente/23 dias e a 65ºC por diferentes tempos. Microestruturas mais densas foram caracterizadas com o aumento do tempo de cura, resultando em melhores propriedades mecânicas. Alterações microestruturais significativas acontecem a partir de 7 dias de cura/65oC, com a precipitação de estruturas prismáticas feldspatóides do tipo nefelina nos poros do material. Estas estruturas parecem ancorar as partículas de vidro, podendo atuar como reforço da matriz geopolimérica. O aumento destes precipitados zeolíticos produz microestruturas com maior área total de poros, porém, com diâmetros mais reduzidos. Aos 28 dias de cura obteve-se uma densidade real de 2,29 g/cm3, densidade aparente de 1,17 g/cm3, porosidade aparente de 24,8% e valores de resistência mecânica à compressão e à flexão superiores a 10 MPa. Contudo, tendo em vista uma tendência no aumento destas propriedades, considera-se que a estrutura geopolimérica não está totalmente consolidada. A formação de cristais aciculares de carbonato de sódio hepta-hidratado na microestrutura do material é resultado da carbonatação do NaOH não reagido com o CO2 atmosférico.
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