https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/issue/feedRevista de História Regional2025-03-27T21:11:51+00:00Alessandra Izabel de Carvalhoalessandra@uepg.brOpen Journal Systems<p>A Revista de História Regional define-se como espaço de divulgação de trabalhos que tenham enquadramento teórico e metodológico dentro do campo de pesquisa em História e Região. Articulada ao debate epistemológico na história e nas ciências sociais, a revista tem por objetivo discutir a historicidade das práticas sociais e culturais, das construções discursivas e da produção de sentidos que, no tempo e no espaço, resultam em distintos processos de regionalizações. Diferentemente de uma abordagem tradicional, que a caracterizava como uma porção da superfície terrestre possuidora de determinadas características homogêneas e limites geográficos e/ou políticos rígidos, a noção de “região” é, atualmente, concebida como um artefato sociocultural mutante, uma produção de diferentes grupos, classes e culturas que a constroem mediante determinadas vivências e representações. Neste sentido, uma região é tanto um espaço físico, ambiental e material quanto um espaço imaginário, simbólico e ideológico. E uma dimensão é inseparável da outra. Considerando tal multiplicidade, definir a região implica estabelecer delimitações espaço-temporais para uma pesquisa. Ao adotar uma perspectiva de escala, implícita ou explicitamente, define-se o que é significativo no fenômeno, ocultando ou dando visibilidade a determinados aspectos da realidade. No jogo de escalas de observação, mudam as variáveis de análise e a irredutível complexidade do fenômeno histórico se impõe, o que exige dos pesquisadores não apenas a formulação de novas construções teóricas, metodológicas e historiográficas como também novas sensibilidades para a compreensão daquilo que chamamos de história regional.</p> <p>A RHR foi fundada em 1996 e desde o primeiro volume tem disponibilizado gratuitamente todo o seu conteúdo pela internet. O periódico é uma publicação do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História (Mestrado em História, Cultura e Identidades) da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Possui Qualis A3 e está indexada nos seguintes serviços: Scopus, Latindex, BASE - Bielefeld Academic Search Engine, Elektronishe Zeitschriftenbibliothek, Indiana University Bibliographical Index, EVIFA – Die Virtuelle Fachbibliothek Ethnologie/Volkskunde, Sumários.org, Diadorim, Miguilim e Portal de Periódicos da CAPES.</p> <p>ISSN:1414-0055</p>https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23987Aspectos da ontologia ribeirinha na ilha Saracá, município de Limoeiro do Ajuru (PA)2024-09-30T17:42:50+00:00Genisson Paes Chavespaes.paesg@gmail.comSônia Barbosa Magalhãessmag@ufpa.br<p>Os pescadores ribeirinhos da ilha Saracá, localizada no município de Limoeiro do Ajuru, no estado do Pará, interpretam o mundo em que vivem como também coabitado por seres humanos de diferentes corporeidades. Estes seres se revelam quando querem e na forma que desejam. Neste artigo buscamos compreender as relações estabelecidas entre estes dois conjuntos de seres que habitam a mesma ilha, utilizam os mesmos rios, pisam no mesmo chão, nas mesmas folhas, enxergam as mesmas árvores e que vivem “vidas” que se entrelaçam. Nossas análises se baseiam em um vasto material de pesquisa que revela a existência desses seres. Seguindo os pressupostos metodológicos da antropologia, apoiamo-nos na autoetnografia e na etnografia. Fizemos entrevistas estruturadas, observações diretas e participantes e registros fotográficos. Os dados sugerem que a ilha Saracá é a morada das visagens, das mizuras, das aparições e de outros seres. Alguns são maus, bons, outros não se sabe ao certo qual é sua índole, pois apenas aparecem sem dizer nada e assim como aparecem, desaparecem. Estas narrativas são importantes, na medida em que agenciam a vida das pessoas, moldando suas decisões, afetando o seu cotidiano.</p> <div> <p> </p> </div>2025-02-19T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/24402Dendeicultura e capitalismo: o processo de trabalho assalariado na monocultura do dendê2025-02-12T17:37:45+00:00Marlon Kauã Silva Cardosomarlonka.mk@gmail.comTânia Guimarães Ribeiroptolomeu@gmail.comDalva Maria da Motadalva.mota@embrapa.br<p>A economias do dendê na Indonésia e no Brasil foram endossadas por iniciativas estatais de caráter neodesenvolvimentistas que buscaram especializar essas regiões em atividades neoextrativistas, fornecedoras de bens de consumo primários. Nesse sentido, este artigo busca analisar o trabalhado assalariado na monocultura do dendê no Brasil à luz de reflexões realizadas em estudos sobre o tema na Indonésia (maior produtor do mundo de dendê). Realizou-se, para isso, uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo entre os trabalhadores rurais assalariados de Igarapé-Açu/PA, combinado com literatura que traz evidências sobre o trabalho assalariado na Indonésia. As informações apontam para um processo de trabalho lesivo aos próprios trabalhadores com: acidentes de trabalho, problemas relacionados à saúde, exposição a produtos químicos, extensão da jornada de trabalho.</p>2025-04-25T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/24344Conflitos rurais no Vale do Rio Doce: cenário, atores, roteiro e vivências (1945-1961)2025-02-12T14:49:50+00:00Haruf Salmen Espindolaharuf@univale.brAlisson Cardoso de Oliveiraalisson.oliveira@educacao.mg.gov.brMaria Terezinha Bretas Vilarinomaria.vilarino@univale.br<p>No Vale do Rio Doce, particularmente no vale do rio Urupuca, municípios de Itambacuri, entre 1945 e 1961, os conflitos agrários se intensificaram, como demostram as fontes utilizadas: processos de legitimação de terras, jornais e entrevistas. Constitui-se um caso particular dos conflitos rurais nas áreas de fronteira agrícola, em função da presença de comunidades de agricultores familiares posseiros, de fazendeiros pecuaristas e grandes empreendimentos capitalistas siderúrgicos, madeireiro e de mineração de mica. Esses conflitos são indissociáveis do processo de formação histórica do território do Rio Doce, particularmente na porção setentrional, entre as cidades de Governador Valadares e Teófilo Otoni. O estudo demonstra serem operacionais os conceitos de “frente de expansão” e “frente pioneira” para compreendermos o mundo rural e os conflitos agrários nas zonas de fronteira.</p>2025-04-25T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23748A Diretoria da Agricultura e três solicitações de terras sergipanas2024-09-30T17:51:22+00:00Pedro Parga Rodriguespedro.parga@unesp.br<p>Buscamos analisar três requisições de compra de terras sergipanas que tramitaram pela Diretoria da Agricultura do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Ao abordar o tema, pretendemos contrariar as teses do malogro da Lei de Terras de 1850, bem como outras leituras generalizantes sobre as legislações agrárias oitocentistas. O próprio fato de utilizarmos solicitações de compra de terras tem a ver com a tentativa de ir além de uma historiografia que apontou o insucesso das normas fundiárias imperiais. Eles argumentaram indicando a maior incidência de alienações de terras estatais nos Estados Unidos em comparação com o Brasil Império. Nossa pesquisa, por outro lado, analisa qualitativamente estas requisições de compra de terras. Percebemos como os agentes ministeriais contornaram proibições legais no sentido de atender aos interesses de potentados rurais. Sendo assim, contribuímos com historiadores que vêm questionando a tese segundo a qual a elite política imperial teria defendido a regularização da estrutura fundiária, porém tais transformações seriam vetadas na prática pelos senhores de terra. Ao contrário, percebemos uma relação mais complexa entre esses grupos. Concordamos com os historiadores para os quais a Lei de Terras de 1850 seria parte de um processo anterior e posterior a ela de transformação da propriedade.</p>2025-02-13T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/24412Raízes que saciam a fome: o papel da mandioca (Manihot spp.) na dinâmica colonizatória da América Portuguesa no século XVI2025-02-12T18:15:52+00:00Nathália Moronathaliamoro@hotmail.comChristian Fausto Moraes dos Santoschfausto@hotmail.com<p><span class="TextRun SCXW9330654 BCX0" lang="PT-BR" xml:lang="PT-BR" data-contrast="none"><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">A chegada dos europeus </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">ao Novo Mundo </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">apresentou </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">desafios, </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">como </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">adaptação </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">e busca por alimentos</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">. Para impulsionar </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">a</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> colonização, </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">eles </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">começaram</span> <span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">a</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> observa</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">r</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> a natureza</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> e as sociedades americanas</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">. </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">Fundamental</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> para </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">a</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">s</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> culturas</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> indígenas, a </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">mandioca</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> atraiu atenção devido sua adaptabilidade</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> e </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">facilidade de cultivo. </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">Suas</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> variedades foram rapidamente reconhecidas como fontes de alimento e matéria</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">s</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">-prima</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">s</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> para </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">outros produtos</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">.</span> <span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">Este estudo visa compreender a importância da mandioca </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">como alimento essencial para os primeiros anos de colonização</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">.</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> O estudo dessa raiz permite interpretar seu papel no cotidiano </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">dos</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> nativos</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> e</span> <span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">n</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">o universo das relações entre </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">a alimentação de </span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">colonizadores</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> e</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0"> colonizados</span><span class="NormalTextRun SCXW9330654 BCX0">.</span></span><span class="EOP SCXW9330654 BCX0" data-ccp-props="{"335551550":6,"335551620":6,"335559738":60,"335559739":200}"> </span></p>2025-04-25T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/24481Sociabilidad, tiempo libre y cultura deportiva a inicios del siglo XX en Talca, Chile2025-02-12T18:28:11+00:00Daniel Briones Molinadaniel.briones@ug.uchile.clVíctor Brangier Peñailillovictor.brangier@utalca.cl<p>El artículo analiza el surgimiento de las primeras instituciones deportivas en Talca a inicios del siglo XX. Marcado por un contexto de modernización, los clubes deportivos se transformaron en una alternativa al ocio y a su vez posibilitaron nuevas formas de sociabilización entre los miembros de la sociedad civil. Se postula que el proceso de articulación deportiva permitió profundizar las relaciones sociales en Talca y contribuyó a reforzar los ideales y valores liberales del periodo, las que a su vez permitieron fortalecer una identidad local y nacional. Asimismo, se generó un reconocimiento de las primeras organizaciones que fueron parte del periodo fundacional deportivo en Talca. En términos metodológicos, se utilizó la prensa local <em>La Mañana</em> y las revistas deportivas <em>El Sport Ilustrado</em>, <em>La Revista Sportiva</em> y <em>Sport I Actualidades</em>.</p>2025-04-25T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23332Bairrismo em vertigem: verso e reverso no legislativo municipal de Varzedo (Ba) no efervescente junho de 19922024-05-23T17:26:02+00:00Antonio Jorge Souza Amorimamorimdoporto@hotmail.com<p>Embora a proeminência da cultura política no Brasil seja de mais holofotes para o poder executivo, o poder legislativo é um poder representativo que solicita, tanto quanto aquele, atenção da historiografia política, especialmente de fatos ocorridos em câmaras municipais. Partindo disso, a proposta deste artigo é esmerar versos e reversos papéis dos vereadores da câmara do município de Varzedo no processo de anulação da mesa diretora, após morte do prefeito e evasão do vice-prefeito.</p> <p> </p> <p> </p> <p>Palavras-chave: Política. Legislativo. Local. História.</p> <p> </p>2025-02-19T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23212Uma tradição indesejada: o desejo de uniformização na Grande Reforma Urbana do Rio de Janeiro (1903-1906) como condição da civilização e do progresso em terras cariocas2024-05-23T17:32:17+00:00André Nunes Azevedoazevedoemigrante@gmail.com<p>A Grande Reforma Urbana do Rio de Janeiro, levada a cabo no alvorecer do século XX, pelo prefeito Pereira Passos e o presidente Rodrigues Alves, fiou-se nas ideias iluministas de universalidade da razão e sentido da história para operarem uma ação de intervenção modernizadora do Estado no espaço urbano que afirmasse os valores europeus da civilização e do progresso em detrimento e desejo de suplantação de formas de uso da cidade sedimentadas pelos séculos que compuseram experiência histórica da relação entre os habitantes da cidade e o seu espaço urbano.</p>2025-02-13T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/24397Violencia de Estado en territorio Mapuche: La muerte de Alex Lemün y la lucha por la justicia en Chile (2002-2022)2025-03-27T21:11:51+00:00Pedro Canales Tapiapcanalestapia@gmail.comFilip Escuedero-Aminao Filipfilip.escuedro@uahc.clJosé Cabrera Llancaqueo José Luisjose.cabrera@uta.cl<p>El presente trabajo aborda de forma histórica, el asesinato -en contexto rural- del joven mapuche Alex Lemün, acecido por bala policía en noviembre de 2022 en la provincia de Malleco, en la región de la Araucanía. Su muerte es reflejo de una conducta estatal, sostenida y sistemáticamente, racista y violenta en contra del pueblo mapuche y sus demandas históricas. Teóricamente, este trabajo se articula desde los debates en torno a la violencia racializada y los discursos de odio racial, como tendencia colonial no superada por el estado chileno. Metodológicamente este trabajo se erige desde la crítica y diversidad de fuentes y su análisis.</p>2025-04-25T00:00:00+00:00Copyright (c) 2025 Revista de História Regional