https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/issue/feedRevista de História Regional2024-11-18T14:52:38+00:00Alessandra Izabel de Carvalhoalessandra@uepg.brOpen Journal Systems<p>A Revista de História Regional define-se como espaço de divulgação de trabalhos que tenham enquadramento teórico e metodológico dentro do campo de pesquisa em História e Região. Articulada ao debate epistemológico na história e nas ciências sociais, a revista tem por objetivo discutir a historicidade das práticas sociais e culturais, das construções discursivas e da produção de sentidos que, no tempo e no espaço, resultam em distintos processos de regionalizações. Diferentemente de uma abordagem tradicional, que a caracterizava como uma porção da superfície terrestre possuidora de determinadas características homogêneas e limites geográficos e/ou políticos rígidos, a noção de “região” é, atualmente, concebida como um artefato sociocultural mutante, uma produção de diferentes grupos, classes e culturas que a constroem mediante determinadas vivências e representações. Neste sentido, uma região é tanto um espaço físico, ambiental e material quanto um espaço imaginário, simbólico e ideológico. E uma dimensão é inseparável da outra. Considerando tal multiplicidade, definir a região implica estabelecer delimitações espaço-temporais para uma pesquisa. Ao adotar uma perspectiva de escala, implícita ou explicitamente, define-se o que é significativo no fenômeno, ocultando ou dando visibilidade a determinados aspectos da realidade. No jogo de escalas de observação, mudam as variáveis de análise e a irredutível complexidade do fenômeno histórico se impõe, o que exige dos pesquisadores não apenas a formulação de novas construções teóricas, metodológicas e historiográficas como também novas sensibilidades para a compreensão daquilo que chamamos de história regional.</p> <p>A RHR foi fundada em 1996 e desde o primeiro volume tem disponibilizado gratuitamente todo o seu conteúdo pela internet. O periódico é uma publicação do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História (Mestrado em História, Cultura e Identidades) da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Possui Qualis A3 e está indexada nos seguintes serviços: Scopus, Latindex, BASE - Bielefeld Academic Search Engine, Elektronishe Zeitschriftenbibliothek, Indiana University Bibliographical Index, EVIFA – Die Virtuelle Fachbibliothek Ethnologie/Volkskunde, Sumários.org, Diadorim, Miguilim e Portal de Periódicos da CAPES.</p> <p>ISSN:1414-0055</p>https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23823Apropriações distintivas da praia: uma abordagem histórico-sociológica no contexto do lazer litorâneo brasileiro2024-09-25T18:01:05+00:00Vinicius Machado de Oliveiraoliveira_vm@hotmail.comMarcos Roberto Brasilbrasilmr@hotmail.com.brMayara Torres Ordonhesmayaraordonhes@hotmail.comFernando Renato Cavichiollicavicca@hotmail.comJuliano de Souzajulianoedf@yahoo.com.br<p>Este texto tem por objetivo apresentar o processo histórico-social de desenvolvimento da vilegiatura marítima e, de forma paralela, discorrer acerca dos sistemas de distinção, bem como dos conflitos simbólicos instaurados no âmbito do lazer litorâneo brasileiro. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa histórico-sociológica de dimensão exploratória da literatura e de documentos socializados na <em>web</em>. Em relação às análises do material empírico coletado, mobilizou-se os referenciais teóricos de Pierre Bourdieu e Norbert Elias. Após o levantamento e análise dos dados, constatou-se que a praia nem sempre foi um local reservado a atividades de lazer. Pelo contrário, foi em uma escala de longa duração que os indivíduos se apropriaram do litoral com fins recreativos. Contudo, independente dos tipos de apropriação do espaço, a praia rotineiramente tem sido marcada por desigualdades e contendas simbólicas entre as pessoas. Tais conflitos, por seu turno, permanecem atuais e dissolvem a tese da praia como ambiente democrático.</p>2024-11-07T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23310Estado e conflitos pela terra no Brasil: o caso do confronto entre Araupel e o Movimento Sem Terra (MST)2024-04-27T18:17:10+00:00Wilson Silva Júniorwilsonsilvajr13@gmail.comMárcio Ornatgeogenero@gmail.comEdson Armando Silva Silvaedameister@gmail.com<p>Resumo: Este artigo tem como objetivo compreender as diferentes posições políticas desempenhadas pelo Estado na dinâmica do conflito pela terra entre a Araupel e o Movimento Sem Terra (MST). Foram investigados sete processos cíveis disponibilizados no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), cujo material foi analisado por meio da metodologia de Bardin (1977) e Silva e Silva (2016). Para compreensão da temporalidade das ações entre os agentes envolvidos no conflito foi utilizada a técnica de elaboração de linha do tempo. Os resultados encontrados evidenciam que num primeiro momento o conflito era mediado por agentes da esfera local com apoio das elites regionais. Posteriormente, com a entrada do INCRA no conflito pelas terras em um contexto de transformação de políticas fundiárias, as relações de forças entre a empresa e os movimentos sociais foram alteradas, possibilitando uma resolução dos conflitos com a implantação dos assentamentos rurais na área.<br>Palavras-chave: Conflito pela Terra, Movimento Sem Terra (MST), Política de Terras, Estado, Araupel.</p>2024-11-19T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23648Espetáculos de fantoches em Minas Gerais no final do século XIX2024-08-29T14:31:08+00:00Daniel Venâncio de Oliveira Amaraldvoamaral@gmail.comCleber Diascleberdiasufmg@gmail.com<p>Esse artigo analisa a história do teatro de bonecos em fins do século XIX em Minas Gerais, período em que a estrutura de oferta e consumo comercial de espetáculos da região passou por uma relevante transformação. Embora as evidências disponíveis indiquem que este gênero de espetáculos cênicos não estava entre os mais frequentes, ocupando espaço social menor que o teatro ou o circo, por exemplo, assim mesmo, tratava-se de uma tradição cultural bastante popular. Por isso mesmo, o teatro com bonecos ilumina dimensões relevantes das preferências populares históricas de consumo cultural.</p>2024-10-14T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23011El fascismo italiano en la provincia de Buenos Aires: un acercamiento a partir de los casos de La Plata y Bahía Blanca (Argentina, 1926-1939)2024-02-22T18:06:14+00:00Bruno Cimattibgcimatti@gmail.com<p>Este artículo contribuye a los estudios sobre el desarrollo del fascismo en el interior argentino a partir del caso de la provincia de Buenos Aires entre 1926 y 1939. Para abordar un espacio de tal magnitud, y en virtud de tratarse de un acercamiento inicial, nos enfocamos en las ciudades de La Plata y Bahía Blanca. En base a fuentes argentinas e italianas, analizamos el desarrollo institucional de los <em>fasci </em>de ambas ciudades bonaerenses, las actividades que llevaron adelante y los vínculos que establecieron con la sociedad receptora. En conjunto, este estudio da un paso inicial hacia la superación del vacío provocado por la falta de estudios que realicen un abordaje del impacto del fascismo de la principal provincia argentina, cuestión que sí se ha desarrollado para otros casos nacionales.</p>2024-04-19T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22523Elites locais, eleições municipais e oposição estadual na Primeira República:a cisão entre os oposicionistas do Paraná e seus primeiros efeitos na vida política regional (1908-1909)2024-02-29T16:42:54+00:00Sandro Aramis Richter Gomesargomes8@gmail.com<p>Neste artigo desenvolve-se uma investigação acerca das implicações da cisão ocorrida no primeiro grupo oposicionista que existiu no Estado do Paraná ao tempo da Primeira República. Os desdobramentos iniciais dessa cisão datam dos anos 1908 e 1909. A partir da análise do caso do referido estado, o presente trabalho objetiva avançar no entendimento das formas de ação eleitoral das elites locais que combateram os partidos situacionistas criados no Brasil nas primeiras décadas republicanas. Primeiro, cumpre salientar que a referida cisão não pôs fim à atividade política dos oposicionistas. Em diferentes municípios, os rivais do partido dominante conservaram um grau de unidade suficiente para lançar candidaturas. Segundo, destaca-se que existiram cidades em que os oposicionistas asseguraram um pequeno espaço em instituições políticas. Terceiro, compete salientar que foram malsucedidas as iniciativas destinadas a reativar uma agremiação oposicionista no Paraná.</p>2024-08-29T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22152Divulgando uma colónia desconhecida: fotografias portuguesas de Timor entre finais do século XIX e início do século XX2023-10-06T19:01:15+00:00Hugo Pereirahjs.pereira@fct.unl.pt<p>Este artigo analisa uma amostra de 121 fotografias da antiga colónia portuguesa de Timor produzidas entre as décadas de 1890 e de 1910. Recorrendo a uma metodologia semiótica e de análise fotojornalística e combinando na análise imagens fotográficas com fontes textuais (debates parlamentares, relatórios militares, notícias da imprensa e opinião escrita de peritos em questões ultramarinas), este estudo mostra o modo como a fotografia representou Timor e como esta representação foi apresentada na metrópole. A amostra imagética indicia um interesse eminentemente etnográfico e antropológico por parte dos fotógrafos portugueses, que pretendia colmatar o fraco conhecimento dos decisores coloniais em Lisboa sobre aquela colónia. Ainda assim, nota-se um esforço para tentar promover Timor como um possível destino de emigração através de fotografias que evidenciavam a <em>domesticação </em>e <em>portugalização</em> do território ou o potencial agrícola e mineral da colónia. Deste modo, este trabalho contribui para os debates historiográficos sobre o uso da fotografia como fonte primária e sobre o papel daquela tecnologia nas agendas imperiais das nações europeias em África e na Ásia.</p>2024-06-11T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22410Epidemias no Minho entre o século XIX e as duas primeiras décadas do século XX2023-09-22T17:23:49+00:00Alexandra Esteves alexandraesteves@ics.uminho.ptSílvia Pintosilviadfpinto.24@gmail.com<p>Com o presente artigo, pretendemos apresentar os resultados de investigação sobre as doenças e epidemias que assolaram Portugal e, em particular, a região que faz fronteira com a província espanhola da Galiza: o Minho. Para o efeito, debruçámo-nos sobretudo sobre os relatórios médicos e a imprensa local. Ao longo do século XIX e das primeiras décadas do século XX, foram várias as doenças que trouxeram a morte e a miséria às populações minhotas, nomeadamente a cólera, a varíola, o tifo e a gripe pneumónica. Paralelamente, a pobreza, a falta de cuidados de higiene e as precárias condições de vida da população em geral, entre outros fatores, desencadearam o aparecimento e a propagação de todo o tipo de doenças. Para as combater e evitar o seu agravamento, foram adoptadas várias medidas pelas autoridades sanitárias e administrativas; no entanto, nem sempre foram bem aceites pela população, pois prejudicavam a sua subsistência e estilo de vida.</p>2024-03-15T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23141“Justicia es redención”: aprismo y discurso histórico en el bisemanario Justicia de Tacna (Perú 1933-1934)2024-04-02T20:08:16+00:00Alfonso Renato Vargas Murilloavargasm95@gmail.com<p>El artículo analiza el discurso histórico aprista plasmado en el bisemanario "Justicia" de Tacna entre 1933 y 1934, examinando los usos políticos del pasado reciente en torno a la memoria del cautiverio chileno y la crisis post-cautiverio. Se estudian las apelaciones a una memoria heroica durante la ocupación y la articulación de temporalidades en pugna. Se argumenta que la sustitución del mesianismo inicial por una retórica centrada en la acción colectiva refleja procesos de re-significación doctrinaria ante cambios en las condiciones represivas. La resiliencia del aprismo tacneño se explica por la persistencia de un discurso con fuerte anclaje territorial.</p>2024-08-29T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22237“Nem aldeia, nem metrópole”: Ponta Grossa e as representações sobre a modernidade no Centro Cultural Euclides da Cunha (CCEC – 1947/1985)2023-11-13T22:09:14+00:00Jonathan Molarjonathanmolar.ad@gmail.com<p>O presente artigo objetiva analisar as representações construídas pelos intelectuais do Centro Cultural Euclides da Cunha (CCEC), sediado na cidade de Ponta Grossa/PR, entre 1947 à 1985, sobre o conceito de modernidade e suas implicações para o cotidiano da cidade e de seus moradores. Durante o citado recorte temporal, por meio das correspondências trocadas entre seus membros e o jornal do CCEC- <em>Tapejara</em> – observamos que a modernidade gerava no grupo um sentimento dual: por um lado, a visão otimista sobre o desenvolvimento econômico e material trazido por ela; por outro lado, a visão crítica sobre a moral e as sociabilidades de um modo de vida “moderno”, nesse segundo ponto, os membros do CCEC imprimiam um discurso de que a partir dos intelectuais e de seus projetos culturais e educacionais para Ponta Grossa e para o país essa realidade poderia ser transformada. Desse modo, problematizamos as representações do CCEC e de seus interlocutores em diálogo com o contexto histórico do país, atrelando o regional ao nacional.</p> <p> </p>2024-05-21T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22546A cidade-oficina: o patrimônio cultural de Juazeiro do Norte e o desenvolvimento regional sustentável2023-10-30T19:24:39+00:00Regivania Rodrigues de Almeidaregivaniadealmeida@gmail.comMarcelo Martins de Moura Fémarcelo.mourafe@urca.brMônica Virna de Aguiar Pinheiromonica.pinheiro@prof.ce.gov.br<p>Juazeiro do Norte é uma das cidades mais importantes do interior do estado do Ceará e um centro polarizador da Região Metropolitana do Cariri (RMCariri), região sul cearense e estados circunvizinhos do Nordeste. Os acontecimentos do milagre da hóstia em 1889, envolvendo o padre Cícero e a beata Maria de Araújo, motivaram grandes levas migratórias com destino ao Juazeiro. Com o surgimento da indústria artesanal na primeira metade do século XX, a cidade iniciou um processo de crescimento comercial, abrindo caminho para o desenvolvimento regional. Com pessoas vindas de várias localidades, o lugar tornou-se um grande mosaico representativo e simbólico, criando um cotidiano rico em experiências e culturas, formando ao longo do tempo, um importante patrimônio cultural. O objetivo é apresentar os conceitos de patrimônio, identidade e memória, contextualizando o surgimento das oficinas artesanais em Juazeiro do Norte, correlacionadas à constituição de um diversificado patrimônio cultural e ao desenvolvimento regional. O roteiro teórico-metodológico tem uma abordagem qualitativa, centrado nos conceitos de patrimônio, identidade e memória, configurando uma revisão de literatura e pesquisa documental, seguidas de uma análise integrada dos dados, para refletir sobre a constituição do patrimônio cultural, a partir dos saberes desenvolvidos nas oficinas artesanais em Juazeiro do Norte. Ao compreender a cultura, como dimensão da sustentabilidade, busca-se contribuir para que os saberes e fazeres sejam valorizados e preservados como patrimônio, estimulando a comunidade a usufruir dos bens culturais, através do conhecimento e apropriação de seu contexto social, e dessa forma, promover o desenvolvimento regional sustentável.</p>2024-05-08T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22034Um vaqueano no Contestado: apontamentos sobre a trajetória de Pedro Leão de Carvalho, o “Pedro Ruivo”2023-07-21T17:10:58+00:00Diego Gudasdiegogudas.estudo@gmail.comAlexandres Assis Tomporoskialexandre@unc.br<p>O Movimento Sertanejo do Contestado consistiu em um conflito social deflagrado na região fronteiriça entre Paraná e Santa Catarina entre os anos de 1912 e 1916. A população pobre da região enfrentou em batalha as forças legais (Exército brasileiro, Forças Públicas do Paraná e de Santa Catarina), apoiadas por capangas dos coronéis da região, os vaqueanos. Um dos mais importantes chefes vaqueanos foi Pedro Ruivo, cujo piquete atuou junto às forças de repressão sediadas em Canoinhas (SC). O objetivo deste artigo consiste em analisar aspectos da trajetória de Pedro Ruivo, com destaque para sua participação como vaqueano aliado à Coluna Norte, durante a Guerra do Contestado, e as relações sociais violentas travadas em decorrência de sua atuação. Metodologicamente, foi adotada uma abordagem qualitativa, articulando três procedimentos: investigação, interpretação, análise e produção dos resultados. Para tal fim, foi realizada a revisão da literatura disponível e a análise de fontes, quais sejam, processos criminais do período em tela e listas de pagamento de vaqueanos existentes no Arquivo Histórico do Exército. Como resultado, a pesquisa identificou o envolvimento do personagem Pedro Ruivo em relações sociais conflituosas e violentas, na época em que serviu como vaqueano, bem como no período do pós-Contestado. Conclui-se que a atuação dos vaqueanos durante a Guerra do Contestado, e em especial a trajetória de Pedro Ruivo foi perpassada por episódios de intensa violência, relações que se mantiveram mesmo após o encerramento do conflito.</p>2024-03-07T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22499Expansão cafeeira no Sudoeste mineiro (1868 a 1920)2023-10-23T20:34:46+00:00João Lucas Rodriguesjoaolucasrc@yahoo.com.br<p>No presente texto, analisamos o movimento de expansão da lavoura cafeeira no Sudoeste mineiro – municípios de Guaxupé, Guaranésia e Muzambinho – entre os anos de 1868 a 1920. Valendo-nos de um conjunto diversificado de fontes – registros internos de fazendas, escrituras de formação de lavouras, inventários <em>post mortem</em> e relatórios da Companhia Mogyana de Estradas de Ferro – buscamos descrever o processo de montagem da cafeicultura regional. Inicialmente, analisamos o primeiro arranque de expansão das lavouras de café na área entre as décadas finais do Império e os primeiros anos do século XX. Em seguida, discorremos sobre os impactos da chegada da ferrovia sobre a economia regional e a consolidação da região como um importante centro cafeeiro.</p> <p>Palavras-chave: Sudoeste mineiro, economia cafeeira, ferrovias.</p>2024-05-06T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/22385O teatro em Feira de Santana: espaços e primeiras vivências2023-10-26T20:24:11+00:00Aldo Jose Morais Silvaaldojose2@uefs.brFábio Santana Nunesfsnunes@uefs.brMaria Cristina Rosam.crosa@hotmail.com<p>Este artigo analisa os registros existentes acerca dos primeiros teatros a funcionar na cidade de Feira de Santana (Bahia) entre as décadas de 1870 e 1960, considerando o contexto de sua instalação, sua importância como espaço de lazer e sociabilidade, os usos do teatro, os tipos de espetáculos e de grupos que se apresentaram na cidade, bem como o nível de acesso da população a esse tipo de lazer, até meados do século XX, quando um novo padrão arquitetônico e de conforto põe fim ao antigo modelo de teatro, remanescente do século XIX, e que teve o Teatro Sant’Ana como último exemplo. A pesquisa foi desenvolvida com base nos jornais feirenses, do período estudado, e buscou ainda estabelecer paralelos com outras experiências e localidades a partir do diálogo com estudos similares.</p>2024-04-04T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/24279A História como possibilidade: trajetórias, afetos e resitências na história oral2024-11-18T14:52:38+00:00Robson Laverdilaverdirobson@gmail.comAlessandra Izabel de Carvalhoalessandra@uepg.brMarta Gouveia de Oliveira Rovaimarta.rovai@unifal-mg.edu.br<p>Marta Rovai é historiadora, com formação pela PUC-SP, USP e UFF, e uma trajetória significativa nos campos da História oral e estudos de gênero. Sua atuação em núcleos como o NEHO-USP (Núcleo de Estudos em História Oral), o Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade e o Grupo AMHOR (Acervo de Memória e História do Orgulho LGBTQIAPN+ no sul de Minas) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) tem contribuído para importantes debates sobre memória, gênero e resistência. Sua pesquisa se destaca pelo compromisso com a escuta sensível e com a valorização de vozes historicamente silenciadas, mas não silenciosas, especialmente de mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e grupos marginalizados.</p> <p>Em outubro de 2024, Marta Rovai participou do IV Colóquio do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PPGH-UEPG), cujo tema foi "Conhecimento histórico e resistência: público sensível e autônomo". Sua conferência de encerramento, realizada no Museu Campos Gerais, impactou profundamente a audiência ao abordar a importância do afeto na prática historiográfica e o reconhecimento da diferença como elemento constitutivo das relações sociais e da própria produção do conhecimento histórico.</p> <p>Nesta entrevista, realizada para a Revista de História Regional do PPGH-UEPG, ela compartilha reflexões sobre sua trajetória acadêmica e profissional, suas experiências com história oral e seu entendimento sobre o papel do historiador e da historiadora na sociedade contemporânea. Entre os temas abordados estão a relação entre docência e pesquisa, o compromisso com a história pública, as intersecções entre gênero, classe e raça, e a importância da dimensão afetiva na produção do conhecimento histórico.</p> <p> </p> <p> </p>2024-12-04T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23878Apresentação ao Dossiê Temático “Engenharia Social e Modernidade: Os Impactos do Darwinismo Social e da Eugenia no Contexto Intelectual do Brasil e de Portugal”2024-09-02T20:21:51+00:00Maria Julieta Batista de Almeida Weberjulieta.weber@yahoo.com.brDaniel Florence Giesbrechtprofdanielflorence@gmail.com<p>Apresentação ao Dossiê Temático <em>“Engenharia Social e Modernidade: Os Impactos do Darwinismo Social e da Eugenia no Contexto Intelectual do Brasil e de Portugal”</em></p>2024-09-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23710Renato Kehl e o radicalismo eugênico no Brasil dos anos 1930: uma análise a partir da obra Sexo e civilização: aparas eugênicas (1933)2024-07-24T17:58:43+00:00Vanderlei Sebastião de Souzavanderleidesouza@yahoo.com.br<p>O objetivo deste artigo é analisar o radicalismo eugênico no Brasil dos anos 1930, com destaque para as ideias defendidas por Renato Kehl em seu livro <em>Sexo e civilização: aparas eugênicas</em>, publicado em 1933. Considerado a principal liderança do movimento eugênico brasileiro, Kehl também foi o eugenista que melhor sintetizou o extremismo das práticas eugênicas, caracterizado pela defesa de medidas violentas de segregação racial e controle da reprodução humana. Busco compreender especialmente o diálogo de Renato Kehl com as ideias e projetos intelectuais e políticos em jogo durante a década de 1930, atentando tanto para o contexto nacional quanto internacional. Neste sentido, analiso a publicação de <em>Sexo e civilização</em> como resultado dos diálogos e articulações de Kehl com a eugenia negativa de países como a Alemanha e Estados Unidos, ao mesmo tempo que coloco sua obra em perspectiva com os projetos e as ideologias em disputa durante o governo Vargas. Estes contextos são explorados a partir das discussões promovidas por Renato Kehl em torno de dois paradigmas centrais na história da eugenia: a esterilização eugênica e a miscigenação racial.</p>2024-09-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23657O contexto político-científico da eugenia no eixo Brasil-Uruguai: uma análise-crítica do quadrante político proposto por Maurizio Meloni2024-07-17T16:43:17+00:00Leonardo Dallacqua de Carvalholeo.historiafiocruz@gmail.comAngelo Tenfen Nicoladeliangelonicoladeli@hotmail.com<p>Este artigo tem como objetivo testar o quadrante político desenvolvido por Maurizio Meloni como uma ferramenta analítica e didática para a compreensão política de eugenia. Considerando a intrincada complexidade tanto política quanto científica do movimento eugênico, o quadrante político é apresentado como uma estrutura analítica que visa aprofundar diversas concepções de hereditariedade e das políticas eugênicas defendidas por diferentes posicionamentos no quadrante. Embora tenha sido originalmente concebido com base em casos da eugenia europeia e estadunidense, é necessário considerar se as experiências latino-americanas podem ser contextualizadas dentro desse quadro. Neste artigo, apresentaremos brevemente quatro figuras proeminentes no campo da eugenia latino-americana do Brasil e do Uruguai e as posicionaremos dentro do quadrante como forma de exemplificar a aplicação dessa estrutura analítica: Renato Kehl, em suas distintas fases, Roquette-Pinto, Paulina Luisi e Belisário Penna. Ao final, queremos questionar se a proposta do quadrante político de Maurizio Meloni é eficaz para os estudos de caso de personagens eugenistas da América Latina ou se, na verdade, é uma ferramenta imprecisa dada a pluralidade contextual da eugenia.</p>2024-09-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23655Eugenia, pensamento social e discursos identitários no Brasil: entre “heróis capengas”, “urupês de pau podre” e “manchas loiras”2024-07-17T16:57:00+00:00Maria Julieta Weberjulieta.weber@yahoo.com.br<p>O estudo teve como objetivo tratar dos debates eugênicos e das suas repercussões no pensamento social brasileiro, especialmente no que diz respeito aos discursos identitários de cunho nacional e regional. Nesse sentido, tratou-se de conceitualizações recorrentes em torno de personagens emblemáticos da literatura brasileira como o “Jeca Tatu”, de Monteiro Lobato (1882-1948), e “Macunaíma”, de Mário de Andrade (1893-1945). Na primeira parte, discutiu-se sobre as relações da eugenia no pensamento social, relacionando elementos referentes ao sanitarismo, ao higienismo e à construção identitária nacional; na segunda parte, abordou-se sobre a produção intelectual de representação identitária no Sul do Brasil nas argumentações de Bento Munhoz da Rocha Netto (1905-1973) e Wilson Martins (1921-2010), ambos escritores paranaenses, políticos, professores universitários e que estabeleceram uma contraposição ao modelo teórico de orientação regionalista sobre a formação brasileira elaborada por Gilberto Freyre (1900-1987). A proposição deste artigo foi, portanto, desenraizar o passado e trazer ao debate as apropriações dessas produções aos princípios eugenistas, a fim de discernir sobre o alcance historiográfico das idealizações identitárias tratadas.</p>2024-09-30T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23652Eugenia e Catolicismo no Brasil: um estudo a partir da produção intelectual católica do Rio de Janeiro nas décadas de 1920 e 19302024-07-17T17:12:53+00:00Daniel Giesbrechtprofdanielflorence@gmail.com<p>O estudo investiga a intricada interseção entre eugenia, Igreja Católica e poder discursivo. Analisa-se o embate entre os eugenistas radicais e a Igreja, evidenciando estratégias retóricas e formas de expressão. Surge, assim, a indagação sobre se, no contexto brasileiro, a Igreja desempenhou o papel de defender um modelo de eugenia católica. Para explorar essa questão, foram analisadas fontes bibliográficas e documentais, incluindo publicações católicas no Rio de Janeiro nas décadas de 1920 e 1930, como o livro <em>Ensaios de Biologia</em>, concebido pelo Instituto Católico de Estudos Superiores, e a revista <em>A Ordem</em>, um periódico influente da elite intelectual católica da época, associado ao Centro Dom Vital. Optou-se por uma abordagem metodológica que enfatizasse a análise hermenêutica e qualitativa. Essa escolha teve como objetivo explorar as diversas perspectivas e interpretações presentes nas fontes selecionadas. Em síntese, a pesquisa revela as intricadas dinâmicas de poder, controle discursivo e resistência entre eugenia e religião, oferecendo percepções sobre um período fundamental na história das relações entre ciência e fé. </p>2024-10-10T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23653“Criar cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa”: o Primeiro Congresso Nacional Feminista e de Educação em Lisboa (1924) e a modernização da desigualdade2024-07-17T17:09:12+00:00Jaqueline Moraes de Almeidajaquelinemoraesalmeida@gmail.comDaniel Florence Giesbrechtprofdanielflorence@gmail.com<p style="font-weight: 400;">Organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP), o Primeiro Congresso Feminista e de Educação ocorreu entre os dias 4 e 9 de maio de 1924, em Lisboa. Na ocasião, foram apresentadas e discutidas teses que versaram sobre temáticas relacionadas aos direitos políticos e cívicos, à educação, à assistência social, à higiene e saúde da mulher. Aproveitando a efeméride, propomos uma análise historicizada do evento, especialmente de algumas das teses, que mobilize reflexões sobre as relações intrínsecas entre certo feminismo e um projeto de nação higienista, focado no aprimoramento da raça. Sem querer reduzir as expressões feministas do início do século XX a uma definição engessada – mesmo porque os conflitos no interior do CNMP apontam para uma variedade de posturas relativamente à emancipação do sexo feminino –, pretendemos chamar a atenção, tal qual Susan Besse bem delineou ao estudar o caso brasileiro, para uma “modernização da desigualdade”. Para a historiadora, o casamento, a sexualidade, a maternidade e a educação feminina – temáticas recorrentemente presentes nas discussões feministas do final dos Oitocentos e nas primeiras décadas do século XX – adquiriram enorme importância, uma vez que a “reprodução limpa” foi encarada como forma de superar o atraso e a degeneração de determinadas nações. Assim, nossa hipótese é a de que o feminismo institucional representado pelo CNMP, ao reivindicar dignidade e igualdade de oportunidade às mulheres, encontrou lugar no engenhoso projeto de reforma social fundamentada em preceitos eugênicos, sustentados, principalmente, através do discurso médico-antropológico. Neste, “a mulher” foi convocada a carregar o pesado fardo de civilizar sua família, assumindo um papel fundamental ao Estado, embora conservador: o de esposa e mãe, educada para administrar o lar e criar “cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa” – palavras de Julieta Ribeiro, autora da tese <em>A mulher naturista</em>.</p>2024-10-14T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23788Demolindo paradigmas da saúde mental brasileira: o Hospital Psiquiátrico de Barbacena e sua nova identidade como museu2024-10-17T17:57:09+00:00Karen Cristina Gallettokarengalletto@gmail.com<p>O artigo analisa a evolução da psiquiatria nos séculos XIX e XX, com ênfase no tratamento e isolamento de indivíduos considerados mentalmente alienados. O objetivo é compreender como a construção social da loucura e as práticas de isolamento refletem estruturas de poder e exclusão. Examina-se também a evolução das instituições psiquiátricas e as reformas destinadas a humanizar o tratamento dos doentes mentais. O trabalho culmina com uma análise do Hospital Psiquiátrico Colônia, em Barbacena, Minas Gerais, Brasil, destacando os abusos e a desumanização ocorridos, utilizando o conceito de <em>Dark Heritage</em> para explorar como a memória dos horrores pode promover conscientização e justiça social. O Museu da Loucura, estabelecido no antigo Colônia, exemplifica o referido conceito, transformando um local de sofrimento em um espaço de aprendizado e memória. Metodologicamente, esta investigação se baseia em pesquisa bibliográfica e qualitativa, além de incorporar estudos recentes sobre a história da psiquiatria.</p>2024-11-01T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23894A identidade do crime: contribuições da medicina e da antropologia física em Portugal (1880–1940)2024-09-26T13:11:24+00:00Patrícia Ferraz de Matospatricia.ferraz.matos@gmail.com<p>Este artigo pretende trazer um contributo sobre o entendimento de como era feita a identificação das pessoas consideradas criminosas, entre os finais do século XIX e o final dos anos 30 do século XX (período auge das teorias eugénicas) em Portugal. Começa por apresentar alguns exemplos de teorização e práticas associadas à então chamada “antropologia criminal”. Os exemplos apresentados reportam-se à Escola Médico-Cirúrgica do Porto, à Universidade do Porto, a hospitais e a sociedades científicas, como a Sociedade Carlos Ribeiro e a Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia. Foram também analisados autores ligados a outras instituições e hospitais, em Coimbra e em Lisboa. No processo de identificação de pessoas, os postos antropométricos tiveram um papel importante, assim como os cursos de “antropologia criminal” nas universidades e as publicações que foram surgindo. Todos estes exemplos acabaram por contribuir para disseminar propostas de reconhecimento, mas também formas de controle e vigilância. O artigo analisa o trabalho realizado por médicos e médicos legistas. Entre os vários exemplos dados, é destacado o trabalho de António Mendes Correia (1888–1960), produzido sobre o tema, tendo em conta as suas concepções teóricas e metodológicas, mas também morais e éticas e o seu interesse pela psiquiatria nos anos 10 e 20 do século XX, que haveria de o conduzir mais tarde para os domínios da antropologia. No final, procura-se explicitar como as elites intelectuais, ao tentarem identificar e compreender comportamentos desviantes, acabaram também por produzir e reproduzir preconceitos.</p>2024-11-01T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23656Judeus e marranos, em Portugal e no Brasil, na primeira metade do século XX: anti-semitismo e darwinismo social?2024-07-17T16:52:39+00:00João Paulo Avelãs Nunesjpavelas@fl.uc.pt<p>Procura-se neste artigo, por um lado, caracterizar a evolução dos portugueses de origem judaica do início do século XVI ao primeiro quartel de oitocentos; por outro lado, analisar a situação específica dos cidadãos portugueses e dos cidadãos brasileiros de origem marrana da década de 1830 ao imediato pós-Segunda Guerra e ao pós-Holocausto. Visa-se, ainda, reflectir sobre as possibilidades e sobre os riscos da definição de estratégias de patrimonialização e de intervenção sociocultural que tenham como fundamento, quer a produção historiográfica e outras ciências sociais, quer a memória e a pós-memória acerca dos judeus e dos marranos, em Portugal e no Brasil, na primeira metade do século XX. Utilizar-se-ão, para o efeito, categorias teóricas como as de anti-judaísmo e anti-semitismo, filo-semitismo e sionismo; nacionalismo, darwinismo social, racismo e xenofobia, eugenia, integrismo religioso e laicismo; discriminação, violência de massas e genocídio, processos transicionais. Lembro que cidadãos portugueses e cidadãos brasileiros de origem marrana foram, tanto alvo de discriminação por parte de concidadãos de cultura católica e de origem judaica, como marcados pelas sequelas da sua própria estratégia de sobrevivência e de resistência nos séculos de perseguição sistémica (séculos XVI a XVIII) e nas décadas de tolerância menos ou mais agressiva (décadas 1820 a 1970).</p>2024-11-19T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23742Eugenismo, Higienismo e Racismo em Portugal na primeira metade do século XX2024-09-30T17:17:41+00:00António Rafael Amaro Amaroaamaro@fe.uc.pt<p>Com este artigo pretendemos destacar a influência e divulgação das conceções higienistas, eugenistas e racistas na sociedade portuguesa na primeira metade do século XX. A perspetiva eugenista galtoniana não só era conhecida em Portugal, como teve impacto nas elites intelectuais, universitárias e médicas. No entanto, as teorias e práticas eugenistas nunca foram suficientemente fortes para se terem traduzido, como aconteceu noutros países europeus, na institucionalização de medidas eugénicas radicais. A tradição higienista, a oposição católica e a reduzida aceitação da eugenia nos círculos liberais conservadores e progressistas de Portugal acabaram por condicionar a receção das teorias e práticas eugénicas no país. Esta realidade, semelhante, em muitos aspetos, ao que se verificou noutros países latinos de origem católica, tem, no entanto, algumas características específicas que exigem explicação. Em particular, as singularidades das relações entre a ciência, sociedade e projetos políticos em presença no momento da receção dos diferentes modelos de eugenia. A metodologia utilizada foi essencialmente analítico-bibliográfica.</p>2024-11-22T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23741A crença na inferioridade moral e intelectual das crianças pobres em Portugal: um ponto de viragem2024-10-17T18:00:28+00:00Joana Guerrajoanaguerra@fpce.uc.pt<p>Em Portugal, o combate à pobreza na infância era entendido como essencial, não só para debelar os “males sociais”, à luz dos novos preceitos higienistas, mas também como defesa de uma conceção de aperfeiçoamento da raça. A moralização dos pobres desde a infância impunha-se, então, como uma responsabilidade do Estado, obrigando à criação de instituições de assistência educativa social e higiénica, tendo por base conceções cientistas e pedagógicas que não escapavam às influências darwinistas e eugénicas. Vão no mesmo sentido as pedagogias corretivas então dominantes, centradas em respostas no domínio da educação moral e terapêutica para crianças em situação de pobreza, quando muitas das suas insuficiências eram sociais e ambientais. O propósito deste trabalho pretende explicar a emergência e a trajetória das políticas sociais de combate à pobreza infantil invocando o papel central dos políticos na receção das ideias, da ciência e do conhecimento produzido sobre a infância durante a I República em Portugal. Concretamente, pretende-se aqui colocar em evidência o contexto social, político e cultural de emergência da Lei de Proteção da Infância de 27 de maio de 1911. É nossa intenção estabelecer convergências ou divergências entre as influências teóricas do darwinismo social de Herbert Spencer e a oportunidade de criação de uma Lei que ainda hoje é considerada significativa e um marco histórico em matéria de direitos e proteção das crianças.</p>2024-11-26T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regionalhttps://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23697Tão bom como tão bom: discursos afro-brasileiros, racismo e projeto de nação na Bahia (1889–1937) 2024-08-02T18:57:23+00:00Flávio Gonçalves dos Santosfgsantos@uesc.br<p>Este artigo discute o posicionamento dos afro-brasileiros face às práticas e discursos racistas. O marco cronológico do artigo refere-se a um período de discussão de um projeto de nação que excluía a população afro-brasileira. O marco geográfico do artigo definiu-se pelo fato da Bahia abrigar um grande contingente de afro-brasileiros e ser, também, um polo de produção e difusão de ideologias raciais, a partir a Faculdade de Medicina e da atuação de intelectuais com Nina Rodrigues. O foco no posicionamento dos afro-brasileiros tem por finalidade evidenciar suas percepções do racismo científico e suas estratégias para invalidá-lo. Utilizou-se como fontes periódicos e trabalhos acadêmicos de afro-brasileiros e de ideólogos do racismo do período.</p>2024-12-04T00:00:00+00:00Copyright (c) 2024 Revista de História Regional