A GRAMATICALIZAÇÃO DO CONECTOR CONSECUTIVO “CHEGA” NO FALAR FORTALEZENSE
Resumo
Expomos no presente trabalho um fenômeno de mudança linguística, observado no falar de Fortaleza. A partir de algumas amostras observadas no falar fortalezense, coletadas pelo autor, e outras do corpus linguístico do NORPOFOR, tomamos por hipótese que, em orações subordinadas, a construção gramatical fonte “que chegou a”, encontrada em orações subordinadas consecutivas, sofreu um processo que levou à sua gramaticalização, resultando como produto a forma “chega” invariável e com valor de conector consecutivo. A partir disso, buscamos traçar um provável percurso dessa mudança e desenvolver argumentos que confirmem, plausivelmente, que a forma “chega”, no contexto acima descrito, a partir da construção gramatical “que + chegar (flexionado) + a”, assumiu outra função, indicar a consequência do fato expresso na oração anterior. Adotamos uma perspectiva teórica plural fundamentada em conceitos da Sociolinguística, da Linguística Centrada no Uso; no modelo teórico da Gramática das Construções e do Funcionalismo Linguístico, de cujo conceito de gramaticalização nos valemos.
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