Entre inércia e apatia: tensões e relaxamentos em Nízia Figueira, sua criada, de Mário de Andrade. DOI: 10.5212/Uniletras.v.33i2.0001
DOI:
https://doi.org/10.5212/uniletras.v33i2.4335Palavras-chave:
Mário de Andrade. Alteridade. Modalidades tensivas. Pulsões. Duplo.Resumo
O presente artigo centra-se no conto “Nízia Figueira, sua criada”, de Mário de Andrade (1893-1945), Diferente das demais narrativas, em que as personagens adquirem experiência e maturidade sexual e passam de um estado de felicidade para o de infelicidade, Nízia vive uma existência inautêntica, ao permanecer em um estado de inércia, imobilismo e apatia diante das transformações sociais, políticas e econômicas que configuram a cidade de São Paulo da década de 1920. Sigmund Freud relaciona a pulsão de vida com a infelicidade, a busca incessante de satisfação. Por outro lado, a pulsão de morte equivale à felicidade, advinda da satisfação repentina de necessidades primárias do sujeito. No caso do conto em análise, há uma permanência da protagonista em um estado miticamente pré-social, anterior à alteridade. Nízia permanece limitada a uma redoma, representada pelo espaço da chácara onde vive com a criada, a quem chama de prima. O modelo semiótico da tensividade, proposto por Claude Zilberberg e divulgado no Brasil por Luiz Tatit, permite a descrição dos estados de tensão (ou pulsão de vida) e relaxamento (ou pulsão de morte) na passagem do não saber para o saber, responsável pela construção das identidades sexuais das personagens. Nessa perspectiva, o presente artigo propõe uma análise semiótica das categorias discursivas (pessoa, tempo e espaço), no quadro das modalidades tensivas, em articulação com os conceitos psicanalíticos de pulsão de vida e pulsão de morte.Downloads
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