VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO PROCESSAMENTO DE MANDIOCA
DOI:
https://doi.org/10.5212/publicatio.v8i01.762Resumen
A mandioca é cultivada praticamente em todo o território nacional, mas na Região Sul concentram-se as unidades processadoras, tanto de farinha quanto de fécula, em empresas de pequeno porte ou de elevado investimento. Essa industrialização, ainda que agregue valores à matéria-prima e por isto esteja em franco desenvolvimento, gera sub-produtos ou resíduos que agridem o meio ambiente com forte impacto ecológico. O principal resíduo líquido, a manipueira, consiste na água de prensagem da massa ralada, no caso de farinheiras e na água de lavagem do amido, no de fecularias. Este resíduo contém todos os componentes solúveis da raiz e pode conter um teor residual de açúcares da ordem de 20 a 40 g/l. A agressão da manipueira ao meio ambiente está relacionada ao poder de poluição conferido pelo teor de carboidratos e também à toxicidade conferida pela presença da linamarina, glicosídio cianogênico encontrado em todas as partes da matéria-prima, mas sobretudo nas folhas e na entrecasca das raízes. A disposição deste efluente industrial, energeticamente não esgotado e de elevada toxicidade, em águas fluviais, acarreta prejuízos de ordem ambiental, pois causa a diminuição da disponibilidade aquática de oxigênio, com francos danos a todo tipo de vida aeróbia, e de ordem econômica, pois está sendo descartada grande quantidade de amido, produto de alto valor comercial. Neste trabalho são apresentados dados e situações observáveis na área de abrangência da cultura da mandioca na Região Sul do Brasil, notadamente no Noroeste do Paraná e no Sudeste de Santa Catarina.
Palavras-chave: manipueira; mandioca; amido; Trichosporon sp.; impacto ecológico