Riscos e possibilidades sociais da demanda pelo direito à diferença apresentada pelos novos movimentos sociais.
DOI:
https://doi.org/10.5212/publ.humanas.v8i1.7Resumo
Neste trabalho procuramos compreender algumas implicações sociais da demanda pelo direito à diferença (relacionado ao direito à igualdade) apresentada pelos novos movimentos sociais, incluindo aqui os movimentos das pessoas com necessidades especiais. Estes movimentos estão sendo considerados como o lugar privilegiado em que tal demanda é formulada e encaminhada. O direito à diferença, no campo das idéias progressistas, traz o sentido do respeito às singularidades e necessidades específicas e do reconhecimento da diversidade humana, como contraponto à intolerância e para além do exercício da simples tolerância. Todavia, a reafirmação das diferenças pode reforçar a prática e o pensamento conservadores que vêm diferenças como desigualdades e, numa escala valorativa, rejeitam os considerados diferentes. O direito à igualdade faz parte do ideário político e de sociabilidade que vem desde pelo menos o século XVIII. Mas, quando desligado dos embates a favor da liberdade e da justiça, apresenta o espectro do autoritarismo e da homogeneização. Neste sentido, as demandas dos novos movimentos sociais (em particular, os étnicos, os de gênero, os relacionados à faixa etária e os das pessoas com necessidades especiais) possuem sérias implicações sociais: por um lado, podem contribuir para o fortalecimento da sociedade civil quando a reivindicação pelo direito à diferença, no campo progressista, está mediada pelo princípio da igualdade (princípio que funda padrões de civilidade nas relações sociais); e por outro, podem contribuir para a fragmentação da vida societária, pois a afirmação da identidade das chamadas minorias pode acarretar a redução de suas relações com o resto da sociedade e a formação de “tribos identitárias”. Isto é, esta busca pela construção de identidades específicas pode sublinhar muito mais as diferenças destas minorias com relação à sociedade como um todo e com relação a outros grupos sociais minoritários (não raro, também sofrendo processos de discriminação e violência), ao invés de proporcionar mobilizações conjuntas para a ampliação ou para a garantia da igualdade como direito.
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