ARGUMENTOS FRONTEADOS NA PERIFERIA À ESQUERDA DE ORAÇÕES CONDICIONAIS CENTRAIS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: UM PROCESSO DE CLITIC LEFT DISLOCATION COM RETOMADA PRONOMINAL VISÍVEL OU NULA
Resumo
Estudando o fronteamento de constituintes na língua inglesa, Haegeman (2012) constatou que, em orações condicionais introduzidas pela conjunção “if” (em português, se), não pode haver topicalização de argumento para a periferia da sentença, visto que a conjunção “if” bloqueia qualquer movimento de constituinte para essa posição. Isso pode ser ilustrado a partir da seguinte sentença em inglês (cf. HAEGEMAN, 2006, p. 33): “*If the exams you don’t pass you won’t get the degree”. Por outro lado, diferentemente do inglês, é possível o fronteamento tanto de adjuntos como de argumentos em orações condicionais no português e no italiano, como pode ser visto em: “Se ao menos o pão ela tivesse comprado, não estaríamos com fome”. Dada essa discrepância, este estudo busca fazer uma análise gerativa translinguística, de modo a sugerir, por meio de alguns testes, que no português e no italiano, quando há fronteamento de constituintes em orações condicionais introduzidas por “se”, os argumentos nascem na periferia à esquerda, sendo, portanto, provenientes de um processo de deslocamento à esquerda clítica. Isso seria possível em virtude da existência de objetos nulos em certas línguas, como é o caso do português brasileiro (Cyrino, 1994), que permite retomada pronominal visível ou nula.
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