"UM AMIGUINHO DIFERENTE": A REPRESENTAÇÃO DO AUTISTA NA HQ DA TURMA DA MÔNICA
Resumo
A produção literária destinada a crianças revela-se um espaço fecundo para a projeção de representações sociais com as quais o público infantil vem a identificar-se. Diante dessa constatação, cabe indagar qual o lugar aí reservado à diversidade das representações identitárias, em especial aquelas de pessoas com deficiência, que reivindicam, legitimamente, visibilidade no campo das produções artístico-culturais. Partindo dessa indagação, o presente artigo tem por objetivo investigar um exemplar de história em quadrinhos da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, a fim de analisar o tratamento que a narrativa confere à criança com Transtorno do Espectro Autista. Publicado originalmente em 2002 e com distribuição assegurada até os dias atuais, o referido exemplar é intitulado Turma da Mônica – um amiguinho diferente e traz como destaque a personagem de um garoto autista, André. Ao examinar a constituição dessa personagem, constatou-se que a projeção da criança autista ainda se encontra revestida de estigmas, os quais se traduzem pelo seu limitado lugar de fala no corpo da narrativa. O aporte teórico utilizado advém dos estudos sobre representação promovido por Hall (2016); dos estudos sobre autismo realizado por Gaiato e Teixeira (2018); contemplando também as peculiaridades das narrativas em quadrinhos, com McCloud (1995).
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