O campo e a cidade em Machado e Eça: uma leitura comparativa de A Cidade e as Serras e “A Parasita Azul”
Palavras-chave:
Campo. Cidade. Modernidade. Cosmopolitismo.Resumo
O objetivo do presente artigo é analisar as representações do campo e da cidade em A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, publicado em 1901, e “A parasita azul”, de Machado de Assis, publicado no periódico Jornal das Famílias, em 1872. Em ambas as narrativas, observa-se que os personagens principais definem suas existências a partir de relações estabelecidas com os ambientes rural e urbano, e que tais relações terão consequências diretas em suas vidas sentimentais. Constata-se também a predominância de um fascínio em relação à vida cosmopolita, o que se justifica, nos contextos de produção das narrativas, pelo advento da modernidade, do avanço tecnológico e de novas formas de sociabilidade. A análise tenciona mostrar, a partir das considerações de autores como Antonio Candido e Pascale Casanova, que tanto Machado quanto Eça tecem, cada um à sua maneira, uma crítica ao modo de vida associado ao cosmopolitismo e à modernidade parisiense, objeto de verdadeiro encantamento por parte de intelectuais brasileiros e
de portugueses no século XIX.
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