Eugenia, pensamento social e discursos identitários no Brasil: entre “heróis capengas”, “urupês de pau podre” e “manchas loiras”
between “heróis capengas”, “urupês de pau podre” and “manchas loiras”
DOI:
https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.29.23655Palavras-chave:
Eugenia, Pensamento Social, Discursos Identitários, Paraná, BrasilResumo
O estudo teve como objetivo tratar dos debates eugênicos e das suas repercussões no pensamento social brasileiro, especialmente no que diz respeito aos discursos identitários de cunho nacional e regional. Nesse sentido, tratou-se de conceitualizações recorrentes em torno de personagens emblemáticos da literatura brasileira como o “Jeca Tatu”, de Monteiro Lobato (1882-1948), e “Macunaíma”, de Mário de Andrade (1893-1945). Na primeira parte, discutiu-se sobre as relações da eugenia no pensamento social, relacionando elementos referentes ao sanitarismo, ao higienismo e à construção identitária nacional; na segunda parte, abordou-se sobre a produção intelectual de representação identitária no Sul do Brasil nas argumentações de Bento Munhoz da Rocha Netto (1905-1973) e Wilson Martins (1921-2010), ambos escritores paranaenses, políticos, professores universitários e que estabeleceram uma contraposição ao modelo teórico de orientação regionalista sobre a formação brasileira elaborada por Gilberto Freyre (1900-1987). A proposição deste artigo foi, portanto, desenraizar o passado e trazer ao debate as apropriações dessas produções aos princípios eugenistas, a fim de discernir sobre o alcance historiográfico das idealizações identitárias tratadas.
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