Tão bom como tão bom: discursos afro-brasileiros, racismo e projeto de nação na Bahia (1889–1937)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.29.23697

Palavras-chave:

História do Racismo. Relações Raciais. Cultura e Sociedade. Bahia. Brasil.

Resumo

Este artigo discute o posicionamento dos afro-brasileiros face às práticas e discursos racistas. O marco cronológico do artigo refere-se a um período de discussão de um projeto de nação que excluía a população afro-brasileira. O marco geográfico do artigo definiu-se pelo fato da Bahia abrigar um grande contingente de afro-brasileiros e ser, também, um polo de produção e difusão de ideologias raciais, a partir a Faculdade de Medicina e da atuação de intelectuais com Nina Rodrigues. O foco no posicionamento dos afro-brasileiros tem por finalidade evidenciar suas percepções do racismo científico e suas estratégias para invalidá-lo. Utilizou-se como fontes periódicos e trabalhos acadêmicos de afro-brasileiros e de ideólogos do racismo do período.

Biografia do Autor

Flávio Gonçalves dos Santos, Universidade Estadual de Santa Cruz

Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Pós-Doutorado em História na
Universidad de Las Plamas de Gran Canária. Professor Titular da Universidade Estadual de Santa Cruz
(UESC)

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Publicado

2024-12-04

Como Citar

GONÇALVES DOS SANTOS, F. Tão bom como tão bom: discursos afro-brasileiros, racismo e projeto de nação na Bahia (1889–1937) . Revista de História Regional, [S. l.], v. 29, 2024. DOI: 10.5212/Rev.Hist.Reg.v.29.23697. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23697. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Engenharia Social e Modernidade: os impactos do darwinismo social e da eugenia no contexto intelectual do Brasil e de Portugal