Dendeicultura e capitalismo: o processo de trabalho assalariado na monocultura do dendê
DOI:
https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.30.24402Palavras-chave:
trabalho agrícola; assalariados rurais; neoxtrativismo; trabalhadores.Resumo
A economias do dendê na Indonésia e no Brasil foram endossadas por iniciativas estatais de caráter neodesenvolvimentistas que buscaram especializar essas regiões em atividades neoextrativistas, fornecedoras de bens de consumo primários. Nesse sentido, este artigo busca analisar o trabalhado assalariado na monocultura do dendê no Brasil à luz de reflexões realizadas em estudos sobre o tema na Indonésia (maior produtor do mundo de dendê). Realizou-se, para isso, uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo entre os trabalhadores rurais assalariados de Igarapé-Açu/PA, combinado com literatura que traz evidências sobre o trabalho assalariado na Indonésia. As informações apontam para um processo de trabalho lesivo aos próprios trabalhadores com: acidentes de trabalho, problemas relacionados à saúde, exposição a produtos químicos, extensão da jornada de trabalho.
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