Violência contra as mulheres e Covid-19: novas nuances e desafios para a prática profissional
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Resumo
A violência doméstica e familiar contra as mulheres, com índices crescentes e expressivos no Brasil nos últimos anos, encontrou reforço e novas nuances diante da pandemia pelo novo coronavírus. Além dos altos números que, por si só, demandam compreensão e construção de práticas diferenciadas e atentas as particularidades da questão, outro problema chama a atenção: o elevado índice de mulheres que abdicam de medidas protetivas de urgência deferidas em seu favor depois de terem judicializado a violência sofrida, muitas vezes, as expondo em reiterados ciclos de violência. Com base em estudo documental realizado nos processos eletrônicos de medidas protetivas de urgência que tramitaram no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e anexos da comarca de Ponta Grossa/PR em 2020, este artigo visa demonstrar de forma quali e quantitativa as motivações identificadas para que mulheres desistissem da cautelar que as protegia. Diante das crises e problemas desencadeados pela COVID-19 - que também repercutem e reforçam a violência direta e estrutural contra as mulheres, a reflexão sobre essa questão descortina os desafios a serem enfrentados por profissionais que atuam na área, especialmente no que se refere a ressignificação e reestruturação da prática profissional.
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