QUANDO A TELEVISÃO VIRA OUTRA COISA
Resumo
É inegável que a presença da televisão, nas grandes ou pequenas cidades brasileiras, interfere, vincula-se, está presente nos modos de agir, de pensar e de criar novas estratégias de convivência cotidiana, na casa ou na rua. Através deste trabalho pretende- se, então, mostrar o outro lado da questão, ou seja, apontar o que a audiência faz com a televisão, como seus constituintes, os atores sociais ativos operam os vários dispositivos de interações mediadas nas redes de comunicação cotidianas do local, na apropriação dos produtos midiáticos ofertados pela televisão. São, na realidade, as tensões existentes nas relações de interação entre os sujeitos constituintes da audiência e a televisão sobre as quais se procurou refletir, nessa investigação, como se dão os processos de apropriação, como são reinventados os produtos midiáticos no uso e consumo cotidiano de uma comunidade que vive em uma pequena cidade do interior paraibano. Portanto, nessas interações atuais entre o global e o local, principalmente proporcionadas pela televisão, o que se vê são as reconfigurações das redes de comunicação cotidianas, numa outra lógica, pautada por estratégias, cognições e táticas de enquadramentos definidas pela própria realidade da comunidade local, em processos de interações com as ofertas dominantes contemporâneas do mundo globalizado. O presente trabalho não trata de programas específicos de televisão, mas da televisão no contexto e nas dinâmicas dos processos de apropriação desenvolvidas pelas redes de comunicação cotidianas, inseridas nas tramas de sobrevivência de uma comunidade em transição do rural para o urbano, que vive em uma das regiões mais pobres do Brasil, mas que está conectada ao mundo globalizado e de olhos abertos para o horizonte planetário, via as antenas parabólicas. Pretende-se, também, compreender e interpretar a televisão, como um artefato social, econômico e cultural inserido no espaço privado, público e semipúblico da cidade. Também, procura-se identificar como operam, nessa hibridização cultural do global e do local, as redes de comunicação cotidianas, os mediadores ativistas – agentes folk – na reinvenção e difusão dos produtos midiáticos.Downloads
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