A INTRODUÇÃO DA RACIONALIDADE CIENTÍFICA NA PRODUÇÃO E NA EDUCAÇÃO EM SÃO PAULO. Doi: 10.5212/PublicatioHum.v.19i2.0001
DOI:
https://doi.org/10.5212/publ.humanas.v19i2.3656Klíčová slova:
História da Educação, Trabalho e Educação, Racionalidade CientíficaAbstrakt
Este trabalho analisa o processo de introdução da racionalidade científica na produção e na educação no Estado de São Paulo nas décadas iniciais do século XX, quando empresários e intelectuais promoveram a inclusão dos princípios tayloristas no Brasil, na produção e na formação técnico-profissional. A racionalização das atividades humanas associada ao uso de métodos e instrumentos da higiene, fisiologia e psicologia visava ter o homem certo no lugar certo com vista a obter o máximo de produtividade. Nas escolas técnicas foram introduzidos os testes de seleção ou provas psicotécnicas com a finalidade de classificação dos alunos de acordo com as aptidões requeridas pela indústria. Como forma de ampliar o controle da classe trabalhadora e aumentar a produtividade foram desenvolvidas experiências na Escola Profissional de Mecânica (EPM) e no Serviço de Ensino e Seleção Profissional (SESP), organizado pela Estrada de Ferro Sorocabana em 1930. Os responsáveis pelas atividades desenvolvidas em torno da instrução racional e do movimento pela administração científica se organizaram e fundaram em 1931, o “Instituto de Organização Racional do Trabalho – IDORT”. Em 1934 o Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional (CFESP) foi criado por decreto estadual, e constituído pelas ferrovias e pelo Governo do Estado de São Paulo. O avanço na aplicação da Organização Científica do Trabalho no ensino técnico provocou, ao longo da década de 1920, o debate sobre a qualificação do trabalhador, contrapondo duas posições. Uma representada pelos defensores da formação integral do operário e outra, dos liberais reformadores e dos educadores da renovação educacional que defendiam a racionalização da educação. No início da década de 1930, a hegemonia dos liberais reformadores e dos educadores da renovação educacional possibilitou que as contribuições de Roberto Mange fossem introduzidas na rede pública de ensino profissional através do Código de Educação implantado por Fernando de Azevedo em 1933. O processo de racionalização da formação técnico-profissional se consolidou em 1942, com a Lei Orgânica do Ensino Industrial, que organizou um sistema de ensino profissional para a indústria e a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, transferindo para o setor privado a responsabilidade pela formação e qualificação da mão-de-obra necessária para a expansão da industrialização.
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