O desenvolvimento dos cursos de formação de professores primários na fronteira oeste Paranaense: A criação da primeira escola normal secundária pública de Foz do Iguaçu e do Oeste do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.5212/publ.humanas.v17i1.1672Palabras clave:
História da Educação, Formação de Professores, Oeste do ParanáResumen
Esta pesquisa tem como objeto de investigação o desenvolvimento dos cursos normais públicos de formação de professores primários na atual mesorregiãoOeste do estado do Paraná, especificamente no núcleo urbano “pioneiro”de Foz do Iguaçu. Parte-se da seguinte problemática: quais os determinantes políticos e econômicos que levaram ao desenvolvimento dos cursos de formação de professores no Oeste do Paraná? O recorte histórico está delimitado entre os anos de 1946, quando da promulgação da Lei Orgânica do Ensino Normal, e 1960, ano de conclusão da primeira turma da referida Escola Normal. O objetivo principal é analisar os aspectos econômicos, políticos e educacionais que determinaram o desenvolvimento dos cursos de formação de professores, até a criação da Escola Normal Secundária “Iguaçu”. O trabalho inicia apresentando a organização do ensino público primário e dos Cursos Normais públicos de formação de professores primários no Brasil e no estado do Paraná, bem como a influência das concepções de trabalho e formação docente de Erasmo Pilotto nas políticas voltadas à formação de professores, atrelado aos princípios do Movimento pela Escola Nova. Em seguida, apresenta alguns aspectos relevantes em relação ao processo de ocupação da atual mesorregião Oeste do Paraná, ao desenvolvimento do ensino público primário e à demanda por professores habilitados. Por fim, são apresentados os aspectos políticos, econômicos e educacionais que determinaram o desenvolvimento das primeiras iniciativas em formar professores na atual mesorregião Oeste, até a criação da Escola Normal Secundária “Iguaçu”. O referencial teórico-metodológico adotado no desenvolvimento da pesquisa e análise das fontes está alicerçado nos pressupostos do materialismo histórico-dialético. Foram realizadas 04 (quatro) entrevistas com ex-normalistas e 01 (uma) entrevista com uma das primeiras diretoras da referida Escola Normal, que puderam contar como ocorreu o processo de desenvolvimento dos cursos de formação de professores na atual mesorregião Oeste do Paraná. A pesquisa constatou que o desenvolvimento dos cursos normais públicos de formação de professores primários no Oeste do Paraná, iniciado a partir da década de 1950 com a criação dos Cursos Normais Regionais e da posterior Escola Normal Secundária “Iguaçu”, embora tenha possibilitado a expansão do número de professores habilitados na região, representou contraditoriamente a difusão do modelo de vida social urbano-industrial, necessários à adequação da região às novas exigências do contexto capitalista. Enquanto os Cursos Normais Regionais foram criados a partir da necessidade dos colonos por professores habilitados, a Escola Normal Secundária foi criada como resultado das reivindicações da elite de Foz do Iguaçu, ansiosa por uma formação em nível secundário que possibilitasse a manutenção da sua hegemonia econômica e cultural, através da ocupação dos cargos educacionais dirigentes. Portanto, enquanto os Cursos Normais Regionais continuavam formando os professores para a docência nas escolas isoladas e multisseriadas destinadas à classe trabalhadora, a Escola Normal Secundária formava professores provenientes da classe dominante, principalmente interessados em compor os quadros educacionais dirigentes de Foz do Iguaçu e do Oeste do Paraná.
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