“Demarcar as universidades”: povos indígenas e ações afirmativas na Pós-Graduação brasileira

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DOI:

https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.17.19422.009

Resumo

Nas últimas décadas, houve um aumento gradual da presença de estudantes indígenas nas universidades brasileiras. Esse crescimento deve-se, principalmente, às ações e às reivindicações de povos indígenas que, entre outras estratégias, têm investido na Educação Superior como espaço político para o reconhecimento de suas identidades, bem como para a afirmação de suas ciências e de seus saberes ancestrais. Assim, grande número de graduados pode prosseguir seus estudos no âmbito da Pós-Graduação. Contudo, a Pós-Graduação brasileira é marcada por intensas desigualdades, aspecto que justifica a criação de políticas de ações afirmativas. O objetivo do presente estudo é discorrer sobre ações voltadas ao ingresso de estudantes indígenas em cursos de Mestrado e Doutorado em Educação de universidades públicas. A pesquisa, de base documental, realizou a análise de resoluções de Conselhos Universitários de 35 universidades públicas e de editais de seleção dos seus respectivos Programas de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado), publicados entre 2017 e 2021. A análise mostra que a autodeclaração é a estratégia principal para acessar as vagas reservadas, mas são variáveis as formas de validação e de aferição da pertença indígena. Observa-se, também, a existência de diferentes modalidades de oferta de vagas, respeitando as diferenças regionais, institucionais e se resguardando-se, assim, a autonomia universitária.

Palavras-chave: Povos indígenas. Políticas de ações afirmativas. Pós-Graduação.

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Biografia do Autor

Iara Tatiana Bonin, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA

Doutora em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado) da Universidade Luterana do Brasil. Bolsista Produtividade (Qp 2 CNPq).

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Publicado

2022-01-01

Como Citar

BONIN, I. T. “Demarcar as universidades”: povos indígenas e ações afirmativas na Pós-Graduação brasileira. Práxis Educativa, [S. l.], v. 17, p. 1–26, 2022. DOI: 10.5212/PraxEduc.v.17.19422.009. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/19422. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Relações étnico-raciais: práticas e reflexões pedagógicas