‘CASTANHAS. VENDERAM-SE (VENDEU-SE) HOJE’: A PERSPECTIVAÇÃO PASSIVA DO ACONTECER VERBAL EM CARTAS COMERCIAIS MANUSCRITAS DO SÉCULO XIX

Autores

Resumo

Para estudar a relação entre a diminuição de frequência da concordância verbal e a interpretação do reflexivo ‘se’ em contexto de passivas sintéticas ou pronominais (Nunes, 1990; Galves, 1996), consideramos 867 (oitocentas e sessenta e sete) correspondências comerciais datadas de 1880 a 1889 e escritas nos limites geográficos identificados como Capitania de São José do Rio Negro, atual estado do Amazonas. Nossa investigação, de abordagem sociofuncionalista (Labov, 1972; Givón, 1995; Dubois & Votre, 2012), mostrou que, quando a perspectivação passiva do acontecer verbal (Vilela, 1999) é assumida pelo remetente dos manuscritos em análise, ela se faz, preferencialmente, não com a passiva com ‘se’ mas com a passiva analítica, corroborando os resultados de Carvalho (1990, p. 90) ao propor que, em razão da falta de clareza da passiva sintética, “em seu lugar, reina soberana, nas línguas românicas, a passiva analítica”.

Biografia do Autor

Grace dos Anjos Freire Bandeira, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Doutora em Letras pela Universidade Federal do Paraná, Brasil. Est´ágio Pós-doutoral em Linguística Portuguesa pela Universidade de Coimbra, Portugal.  Professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Coordenadora do Projeto de Pesquisa "Cartas dos séculos XIX e XX: organização de um corpus diacrônico do português registrado no Amazonas no período áureo da borracha", com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Orcid.org/ 0000-0002-0228-8947.

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Publicado

2024-08-12

Edição

Seção

Dossiê temático "Análise Linguística: Perspectivas Teóricas"