A palavra da tradição oral à tradição escrita: a literatura indígena na Universidade do século XXI
Palavras-chave:
Oralidade, Escrita, Literatura, Indígena, Letras.Resumo
A expressão indígena possui um caráter predominantemente oral, por isso, durante muito tempo, essa palavra oral chegou à academia pela letra e voz de estudiosos de diversas disciplinas, sobretudo da antropologia e das ciências sociais, que estabeleciam uma mediação em relação à voz dos próprios indígenas, falando em nome destes, sobre estes. Contudo, hoje, os indígenas passam a escrever e a publicar suas palavras sob o signo da Literatura, apresentando temas que vão desde rotinas cotidianas na aldeia, ritos de passagem, contação de histórias antigas à cosmovisão étnica e à crítica do presente, de sua situação e de sua condição na sociedade. Pensando nessa emergência de temas que os indígenas têm apresentado, este artigo propõe um debate sobre a necessidade de se adotar os livros dos escritores indígenas para estudo na sala de aula no curso de Letras e, com eles, refletir sua cultura, expressão, mensagem, resistência, enfatizando também como um diálogo com esta literatura pode colaborar para o reconhecimento da formação plural, não-unidimensional da sociedade brasileira. Para tanto dividiremos este artigo em duas partes: na primeira, apresentaremos alguns autores, obras e temas indígenas, a fim de mostrar o sentido que esta literatura indígena tem apresentado; na segunda parte, refletiremos sobre o que os documentos normativos falam sobre a pluralidade na educação brasileira, desde a educação básica até a universitária, procurando situar aqui a importância da literatura indígena. Nosso argumento central consiste em defender que a forte ausência da literatura indígena, nos currículos do ensino de Letras, legitima e sustenta a exclusão social do indígena na História, sujeitando-o ao exílio epistemológico e anulando a possibilidade de reconhecer sua presença enquanto sujeito/protagonista.Downloads
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