NARRATIVA ORAL E ESCRITA: ENCONTROS E CONTRAPONTOS SOBRE O MITO “A ORIGEM DOS POVOS INDÍGENAS” NA PERSPECTIVA DE ÍNDIOS E BRANCOS. DOI: 10.5212/MuitasVozes.v.3i1.0009
Palavras-chave:
Ientidade Indígena, Narrativas orais, Narrativa escrita, Mito indígena, Literatura comparada.Resumo
Neste artigo, a partir de narrativas referentes à origem dos povos indígenas, contadas pelos índios da comunidade da reserva indígena do Guarita do município de Tenente Portela – RS, procuramos definir encontros e contrapontos entre os fenômenos de transição de perspectivas que ocorrem nas narrações: ora da tradição oral para a tradição escrita, ora da tradição escrita para a oral, cotejando essa narrativa oral indígena com um texto escrito sob a perspectiva de uma escritora branca que faz referência ao mito do começo da humanidade o qual foi publicado no livro Tuparis e Tarupás. O estudo é iniciado com algumas definições propostas por Henry Remak (1994) e Tania Franco Carvalhal (1991) sobre Literatura Comparada a fim de compreendermos conceitos fundamentais do comparatismo literário. Em um segundo momento abordaremos algumas reflexões a respeito do papel das narrativas orais no fazer histórico e cotidiano do homem, na sua forma de estar no mundo. Discutiremos então as narrativas orais, permeadas de informações que auxiliam o homem em seus processos identitários e coletivos, apresentando algumas diferenças fundamentais entre a narrativa oral e a narrativa escrita. Proporemos algumas reflexões a respeito do mito, sua definição e função e a importância que o mito exerce para a formação da identidade indígena. Por fim, buscaremos por meio do cotejo entre as duas fontes, detectar as aproximações e distanciamentos em relação à história contada pela informante indígena e a narrativa escrita e publicada por uma escritora não indígena a qual aborda a temática do mito sobre “O começo da humanidade”, de forma a perceber mais claramente quando e como cada mito, dentro da sua narrativa apresentam fatos e marcas características que ainda transitam entre as duas tendências. As reflexões sinalizam que existem aproximações entre as duas narrativas ao abordarem a ideia de que os povos indígenas surgiram da mãe terra, porém os distanciamentos são evidenciados a partir do momento em que as histórias da criação do mundo ganham características individuais do grupo e etnia em que são contadas, carregadas de marcas pessoais e alimentadas pelas crenças particulares de cada grupo indígena.
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