Escapismo social e desconforto modernizatório: uma análise da personagem Marcovaldo em Férias num banco de praça e ar puro
Palavras-chave:
Literatura, Ecosofia, Desconforto modernizatório, Flânerie.Resumo
O presente trabalho propõe, a partir da análise dos contos Férias num banco de praça e Ar puro, integrantes de Marcovaldo ou As estações na cidade, de Italo Calvino, um estudo acerca da personagem Marcovaldo, trabalhador pobre e em constante desconforto com as mudanças ocorridas na modernidade. Ao tentar fugir desse contexto, buscando a beleza genuína da natureza, Marcovaldo vê-se experienciando situações que o levam ao descontentamento, intrinsecamente ligado a um novo tipo de relação humana e social, construídas dentro do quadro do progresso tecnológico. A partir da exposição dessas ideias, valemo-nos aqui dos pressupostos presentes em As Três Ecologias (GUATTARI, 2006) acerca da Ecosofia, que propõe uma alternância de pensamento e valores dentro das sociedades capitalistas. No que tange às mudanças sociais causadas a partir da evolução da modernidade, traremos à discussão as ideias de Marshall Berman em Tudo que é sólido desmancha no ar (1996). Já em relação a Marcovaldo e seu desconforto em meio a um turbilhão de transformações advindas desse período, a obra Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo (BENJAMIN, 1989) nos guiará a um estudo mais profundo sobre a figura do trabalhador e sua subjetividade, traduzidas na personagem flâneur de Baudelaire.
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