Disparidades entre jornalistas negras e brancas que atuam nos setores de comunicação dos Institutos Federais

a presença do triplo telhado de vidro raça/gênero/classe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5212/RevistaPautaGeral.v.11.22785

Palavras-chave:

Jornalistas. Gênero. Teto de vidro.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o perfil dos jornalistas que atuam nos setores de comunicação organizacional dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) no Brasil, com um foco especial na interseccionalidade de gênero, identidade étnico-racial e classe social. Os resultados preliminares revelam que a maioria dos jornalistas nos IFs têm entre 31 e 40 anos, sendo 64,7% mulheres. A pesquisa confirma a presença do "triplo teto de vidro" (raça/gênero/classe) nas carreiras das mulheres jornalistas nos IFs, evidenciando que gênero, raça e classe social influenciam de forma interseccional suas trajetórias profissionais, tanto no serviço público quanto na mídia privada.

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Publicado

2024-08-22

Como Citar

Teles, A. M., & Moura, D. O. . (2024). Disparidades entre jornalistas negras e brancas que atuam nos setores de comunicação dos Institutos Federais: a presença do triplo telhado de vidro raça/gênero/classe. Pauta Geral - Estudos Em Jornalismo, 11(1), 212–227. https://doi.org/10.5212/RevistaPautaGeral.v.11.22785