Conhecimentos tácitos nos processos de produção jornalística
DOI:
https://doi.org/10.5212/RevistaPautaGeral.v.11.23119Palavras-chave:
Teorias do Jornalismo, práticas jornalísticas.Resumo
Este artigo reflete sobre os conhecimentos tácitos, internalizados e procedentes do aprendizado da experiência, utilizados nos processos de produção jornalística. Tais conhecimentos, embora muitas vezes reduzidos a percepções subjetivas e simplificadas nos discursos profissionais como “faro jornalístico” ou “fazeres naturais”, revelam-se como parte de um método profissional institucionalizado historicamente. Explicitar os processos em torno da reportagem como método se faz relevante à medida que o grupo profissional é conhecido pela internalização de suas competências e dificuldade de explicar os próprios fazeres. O referencial teórico parte da concepção do jornalismo como forma social de conhecimento.
Referências
BARROS FILHO, C. Reflexo de pauta: ética e habitus na produção da notícia. Contracampo, v. 7, n. 2, p. 157-183, 2002. Disponível em: http://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/17341. Acesso em: 19 fev. 2020.
BOURDIEU, P. CHAMBOREDON, J. C.; PASSERON, J. C. Ofício de sociólogo: metodologia da pesquisa na sociologia. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Tradução: Mariza Corrêa. Campinas: Papirus, 1996.
BREED, W. Controlo social na redação: uma análise funcional. In: TRAQUINA, Nelson. Jornalismo: questões, teorias e histórias. Lisboa: Vega, 1999. p. 152-166.
BUCCI, E. Sobre a ética e a imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
CHARRON, J.; BONVILLE, J. Natureza e transformação do jornalismo. Florianópolis: Insular; Brasília: FAC Livros, 2016.
ERICSON, R. V.; BARANEK, P. M; CHAN, J. B. L. Visualizing deviance: a study of news organization. Toronto: University of Toronto Press, 1987.
FONSECA, V. P. S. Um conceito para jornalismo: conhecimento singular ou senso comum? Revista de Biblioteconomia & Comunicação, Porto Alegre. v. 8, n. 1, p. 171-182, jan./dez. 2000. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/99845. Acesso em: 10 mar. 2024.
GENRO FILHO, A. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2012. (Jornalismo a rigor. v. 6.).
GIDDENS, A. A constituição da sociedade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
KOTSCHO, R. A prática da reportagem. 2. ed. São Paulo: Ática, 1989.
MACDOUGALL, C. D. Interpretative Reporting. New York: Macmillan, 1972.
MAROCCO, B. Ações de resistência no jornalismo: “livro de repórter”. Florianópolis: Insular, 2016.
MEDITSCH, E. O conhecimento do jornalismo. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1992.
MEDITSCH, E. Pedagogia e pesquisa para o jornalismo que está por vir: a função da universidade e os obstáculos para a sua realização. Florianópolis: Insular, 2012.
MORAES, F. A pauta é uma arma de combate: subjetividade, prática reflexiva e posicionamento para superar um jornalismo que desumaniza. Porto Alegre (RS): Arquipélago, 2022.
MORETZSOHN, S. Jornalismo em tempo real: o fetiche da velocidade. Rio de Janeiro: Revan, 2002.
MOSER, M. O método da reportagem: um estudo a partir de depoimentos de repórteres especiais. Tese de Doutorado. PPGJor/UFSC, 2021. Disponível em: https://tede.ufsc.br/teses/PJOR0174-T.pdf Acesso em: 10 mar, 2024.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
OSORIO VARGAS, R. H. El reportaje como metodologia del periodismo.: una polifonia de saberes. Medellín: Editorial Universidad de Antioquia, 2017.
PAIXÃO, P. (org.). Mestres da Reportagem: vol. I. Jundiaí, SP: In House, 2012.
PAIXÃO, P. (org.). Mestres da Reportagem: vol. II. Jundiaí, SP: In House, 2018a.
PAIXÃO, P. (org.). Mestres da Reportagem: vol. III. Jundiaí, SP: In House, 2018b.
PARK, R. E. A notícia como forma de conhecimento: um capítulo dentro da sociologia do conhecimento. In: BERGER, C.; MAROCCO, B. A era glacial do jornalismo: teorias sociais da imprensa. Porto Alegre: Sulina, 2008a. p.51-70.
PHILLIPS, E. B. Novidade sem mudança. In: TRAQUINA, N. (org.). Jornalismo: questões, teorias e “estórias”. Lisboa: Vega, 1999. p. 326-331.
ROSSI, C.; KNAPP, W.; BERNARDET, J. C. O que é jornalismo. São Paulo: Círculo do Livro, 1990.
SPONHOLZ, L. Jornalismo, conhecimento e objetividade: além do espelho e das construções. Florianópolis: Insular, 2009.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008.
TRAQUINA, N. Teorias do Jornalismo: a tribo jornalística: uma comunidade interpretativa transnacional. v. 2. Florianópolis: Insular, 2013.
VEIGA DA SILVA, M. Saberes para a profissão, sujeitos possíveis: um olhar sobre a formação universitária dos jornalistas e as implicações dos regimes de poder-saber nas possibilidades de encontro com a alteridade. 2015. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/118550. Acesso em: 15 maio 2021.
ZELIZER, B. What journalism could be. Cambridge: Polity Press, 2017. E-book. Edição para Kindle.
