Que o giro se faça roda: o jornalismo antirracista das mídias negras como movimento circular e decolonial

Autores

  • Alice Oliveira de Andrade Universidade Federal do Rii
  • Maria do Socorro Furtado Veloso Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.5212/RevistaPautaGeral.v.10.21880

Palavras-chave:

Decolonialidade, Mídias negras, Jornalismo antirracista

Resumo

Neste artigo, refletimos sobre o jornalismo antirracista construído pelas mídias negras brasileiras como um movimento circular e decolonial. O objetivo é discutir a importância desses grupos que reivindicam espaços de fala distantes da precarização e subalternização fundadas pela colonialidade histórica. Em vez disso, buscam fundar novas matrizes de visibilidade para pessoas negras, contestando a hegemonia da mídia hegemônica e valorizando vozes, corporeidades e experiências afrodiaspóricas. Reunimos contribuições teóricas de Bernardino-Costa, Maldonado-Torres e Grosfoguel (2019), Ballestrin (2013), Borges (2012), González e Hasenbalg (2022), entre outros autores e autoras.

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Biografia do Autor

Alice Oliveira de Andrade, Universidade Federal do Rii

Professora substituta do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Decom/UFRN). Doutora e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN).

Maria do Socorro Furtado Veloso, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professora associada do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Decom/UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). Doutora em Ciências da Comunicação (USP).

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

Oliveira de Andrade, A., & Furtado Veloso, M. do S. (2023). Que o giro se faça roda: o jornalismo antirracista das mídias negras como movimento circular e decolonial. Pauta Geral - Estudos Em Jornalismo, 10(1). https://doi.org/10.5212/RevistaPautaGeral.v.10.21880

Edição

Seção

Dossiê (v. 10, n. 1) | Jornalismo e Decolonialidade