Desencantos de uma promessa de inclusão digital
Resumo
O presente trabalho analisa as conseqüências da ação da Universidade Estadual de Ponta Grossa de limitar via Internet a inscrição aos processos seletivos semestrais do concurso vestibular, a partir de 2005. Uma das explicações correntes é de que a Universidade considera que todos os possíveis candidatos ao concurso vestibular têm acesso e conhecimento de Internet suficientes para fazer a inscrição. Um problema real diz respeito à escassez de espaços de acesso à Internet e até de lan-houses em algumas pequenas cidades da Região dos Campos Gerais, área de abrangência geográfica da referida Universidade. Dessa forma, a UEPG não poderia ser considerada uma Universidade Pública efetivamente representativa dos Campos Gerais, mas antes ou bem mais uma Universidade para quem é incluído digitalmente. O presente texto usa referências de trabalhos de outros autores sobre o assunto. Thiago Y. L. Sugahara (2006), por exemplo, diz que os agentes desse processo [de inclusão digital] devem pensar de que forma as novas tecnologias interferem na vida cotidiana. A partir de tais referências, este texto observa que tão excludente quanto os indicadores da área pode ser a não oferta de outras formas de inscrição que não apenas a on-line. Afinal, estima-se que 68% da população brasileira nunca acessou a Internet. Importante lembrar também a forma com que a UEPG trata a inscrição já no Manual do Candidato, que existe apenas em formato PDF, onde fica clara a orientação de que “a UEPG não disporá o Manual do Candidato em versão impressa para fornecimento aos candidatos. Razão pela qual recomenda-se que o candidato proceda sua impressão após a realização do download”. Medida essa que, no mínimo, pode ser bastante questionável, tendo em vista as estatísticas de exclusão digital no Brasil.Downloads
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