O ex-voto e o papel da folkcomunicação no processo de diálogos interculturais em cuidados de saúde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5212/RIF.v.22.i48.0005

Palavras-chave:

Folkcomunicação, Ex-votos, Saberes populares, Biomedicina, Saúde comunit´ária

Resumo

Este artigo examina como as narrativas ex-votivas entrelaçadas à biomedicina refletem práticas de saúde populares através da folkcomunicação. Analisamos ex-votos na Sala de Milagres da Basílica do Senhor do Bomfim e relatos de graças do Memorial Irmã Dulce, observando como a fé se mescla à escassez de acesso a tratamentos médicos convencionais. Utilizando métodos qualitativos, como análise documental e de conteúdo, o estudo destaca como os ex-votos manifestam relações individuais e coletivas com a biomedicina. Esses objetos e narrativas populares, servem como medium comunicadores que incorporam saberes ordinários e resistem às epistemologias dominantes, valorizando conhecimentos tradicionais e práticas espirituais. O estudo reforça o papel das práticas espirituais em fortalecer laços sociais e identidades culturais, contribuindo para o bem-estar de comunidades marginalizadas.

Biografia do Autor

Andrea de Matos Machado, Universidade Federal da Bahia

Doutora em Artes Visuais (UFBA); mestre em Gestão e Tecnologia Industrial (SENAI CIMATEC); mestranda em Museologia (UFBA); especialista em Educação Profissional e Tecnológica (SENAI CETIQT); especialista em Design de Produtos (UNEB), graduada em Desenho Industrial (UNEB). Coordenadora STEM do Programa Garotas 4.0. docente do SENAI CIMATEC; docente e membro do NDE no Colegiado de Design da UNEB. Interesses em STEM; Design e contemporaneidade; inovação disruptiva; ergonomia; interatividade multinível; experiência do usuário; aprendizagem adaptativa; tecnologias digitais [AR/VR, impressão 3D]; Project Based Learning (PBL); DBR (Design Based Research); expografia interativa, tecnologias assistivas e cibercultura.

Nelson Reis da Silva Neto, Universidade Federal da Bahia

Ingressei no serviço militar (Aeronáutica) em 2001, por meio de concurso público, servindo por quinze anos nas graduações de Soldado Especializado em Administração (S1-SAD) e Cabo Infantaria (QCB-SGS). Em 2016 ingressei, também mediante aprovação em concurso público, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - IF Baiano, ocupando o cargo de Técnico em Arquivo. Em 2021 fui redistribuído à Universidade Federal da Bahia - UFBA (Portaria MEC n 641, de 04/11/2021. Publicação no DOU de 08/11/2021), onde exerço, até o presente momento, atividades de gestão documental, protocolo e gerência da informação, além de subsidiar outras áreas correlatas às competências de minhas formações acadêmicas/profissionais. Sou Pós-graduando (Mestrado Acadêmico) em Museologia, pelo PPGMuseu/UFBA; Graduado em Arquivologia/Bacharelado, pela Universidade Federal da Bahia - UFBA; Graduado em Administração/Bacharelado, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA; Graduando em Museologia/Bacharelado, pela Universidade Federal da Bahia - UFBA; Graduado em Biblioteconomia e Documentação/Bacharelado, pela Universidade Federal da Bahia - UFBA; Pós-graduado (Especialização) em Gestão Pública Municipal, pela Universidade Federal da Bahia - UFBA; Pós-graduado (Especialização) em Gestão Pública Geral, pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB; Pós-graduado (Especialização) em Gestão de Pessoas com Ênfase em Gestão por Competências, pela Universidade Federal da Bahia - UFBA; Pós-graduando (Especialização) em Gestão Social e Políticas Públicas do Patrimônio Cultural, pela Universidade Federal da Bahia - UFBA.

José Cláudio Alves de Oliveira, Universidade Federal da Bahia

Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil (2004). Doutor em Memória: Linguagem e Sociedade, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Brasil (2023). Pós-doutorado em Comunicação e Tecnologias, pela UMinho, Portugal (FAPESB BOL2757/2012, CAPES BEX18009/12-3) (2012). Pós-doutorado PNPD/CAPES em Ciência da Informação na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) (88882.317832/2013-01) (2019). Professor Associado IV do Departamento de Museologia da UFBA. Professor permanente dos Programas de pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI) e Museologia da UFBA (PPGMUSEU). Pesquisador do CNPq. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Museologia da UFBA (PPGMUSEU). Coordenador do Núcleo de Pesquisa dos Ex-votos. Participou como membro da Comissão de Área Interdisciplinar da Capes.

Referências

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011, 229 p.

BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: A comunicação dos marginalizados. São Paulo: Editora Cortez, 1980.

BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: Um estudo dos agentes e dos meios populares de informação, de fatos e de expressão de ideias. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.

BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: Teoria e Metodologia. São Bernardo do Campo: Metodista, 2004.

CAMARGO JUNIOR, Kenneth Rochel. A Biomedicina. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 15(Suplemento):177-201, 2005.

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre, RS: Artmed, 2007.

CURY, Marília Xavier. Museologia e Conhecimentos, Conhecimento Museológico - uma perspectiva dentre muitas. Revista Museologia & Interdisciplinaridade, Vol. 3, nº 5, maio/junho de 2014, pp. 55-73.

HOWARD, George S. Culture tales: A narrative approach tothinking, cross-cultural psychology, andpsychotherapy. American psychologist, v. 46, n. 3, p. 187-197, 1991.

LANDER, Edgardo et al. (Ed.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas. CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales= Conselho Latino-americano de Ciências Sociais, 2005.

MELO, José Marques de. Folkcomunicação, contribuição brasileira à Teoria da Comunicação. Revista Internacional de Folkcomunicação, v. 1, n. 1, 2003.

MINAYO, M. C. S. O desafio da pesquisa social. In: MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro, RJ: Vozes, 2009. p. 9-29.

MIRANDA, S. M.; OLIVEIRA, J. C. A.; SILVA NETO, N. R. S. Dos Bits aos Átomos: os ex-votos como folkmedia. In: Conferência Brasileira de Folkcomunicação, nº 20, 2021. Disponível em: http://www.redefolkcom.org/ja-esta-disponivel-o-e-book-dos-anais-da-folkcom-2021/. Acesso em: 12 ago. 2022.

OLIVEIRA, Franciane da Silva Santos; BARBOSA, Lia Pinheiro. Epistemologias marginalizadas: a questão racial no debate sociológico latino-americano. Afro-Ásia, n. 62, p. 338-390, 2020.

OLIVEIRA, José Cláudio Alves. Ex-votos da Sala de Milagres do Santuário de Bom Jesus da Lapa: sociedade, religião e arte. 2. ed. Ponta Grossa: Atena, 2022. 84 p.

PIEDADE, Maria Requião. Introdução a teoria da classificação. Rio de Janeiro: Interciência, 1977. p. 9-145.

REIS, Diego dos Santos. A colonialidade do saber: perspectivas decoloniais para repensar a univers (al) idade. Educação & Sociedade, v. 43, p. e240967, 2022.

SIMÕES, Gabriel Lima. A riqueza dos saberes populares: pela valorização das epistemologias não eurocentristas. In: Congresso Internacional de Política Social e Serviço Social: desafios contemporâneos; Seminário Nacional de Território e Gestão de Políticas Sociais; Congresso de Direito à Cidade e Justiça Ambiental. 2019. p. e3008-e3008.

TEIXEIRA, Leônia Cavalcante et al. O Corpo em Estado de Graça: ex-votos, testemunho e subjetividade. Revista Psicologia & Sociedade, n. 22 (1): 121-129, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/F6sWnykz4sMdpW4hxc6hZGc/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 08 jun. 2024.

Downloads

Publicado

2024-07-05

Como Citar

DE MATOS MACHADO, A.; REIS DA SILVA NETO, N.; CLÁUDIO ALVES DE OLIVEIRA, J. O ex-voto e o papel da folkcomunicação no processo de diálogos interculturais em cuidados de saúde. Revista Internacional de Folkcomunicação, [S. l.], v. 22, n. 48, p. 93–114, 2024. DOI: 10.5212/RIF.v.22.i48.0005. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/23397. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

v. 22 n. 48 (2024): Dossiê: Folkcomunicação, saúde e saberes populares

Seção

DOSSIÊ

Licença

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

Os autores são responsáveis, em qualquer que seja o formato do texto, pelas opiniões expressas ou indiretas presentes em seus respectivos trabalhos, não endossáveis pelo Conselho Editorial e pelos editores da Revista, bem como pela autenticidade do trabalho. Ao publicar trabalhos na Revista Internacional de Folkcomunicação, os autores cedem automaticamente os direitos autorais à publicação para veiculação das produções acadêmicas, sem ônus para a Revista. Os autores detêm os direitos autorais do texto para o caso de publicações posteriores e concedem à Revista Internacional de Folkcomunicação o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista. Por serem publicados em revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais, sendo permitida a publicação simultânea em repositórios institucionais.