A RELAÇÃO ENTRE EXÍLIO E O FORA NAS MISSIVAS DE CLARICE LISPECTOR

Autores

  • Flavia Neves Ferreira UEM
  • Ana Claudia Andruchiw UEPG

Resumo

Esse escrito teve como objetivo explorar alguns excertos das correspondências pessoais de Clarice Lispector mantidas com suas irmãs durante os anos em que viveu fora do Brasil (1944 e 1959); tendo como fundamento para tal análise a questão do exílio. A temática do exílio foi direcionada no sentido de um ‘estar fora’, seja no significado de desenraizamento territorial como também condição própria da existência. Para tanto, utilizamos das cartas organizadas no livro Minhas Queridas, compiladas pela biógrafa Tereza Montero, além disso, recorremos dos aportes teóricos de Edward Said e Jean-Luc Nancy. Entendemos que pensar o exílio em Clarice é pensá-lo como algo próprio, não como propriedade, ou seja, como abertura para o mundo, como proximidade na distância. Dessa forma, a experiência pessoal de Clarice e a experiência de escritora, testemunha a linguagem e a existência como estrangeira e, ao mesmo tempo, como abertura do ser-no-mundo, que significa movimento de ser. Com isso, o 'estar fora' além de atravessar os discursos, ele também pode ser considerado uma 'rede produtiva' não somente para a vida pessoal da escritora, mas para a riqueza do contexto da sua literatura.

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Publicado

2024-02-23

Como Citar

NEVES FERREIRA, F.; ANDRUCHIW, A. C. A RELAÇÃO ENTRE EXÍLIO E O FORA NAS MISSIVAS DE CLARICE LISPECTOR. Muitas Vozes, [S. l.], v. 12, n. Publicação contínua, 2024. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/view/22205. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê temático: Crítica e literatura de fora: trânsitos e refúgios