A MEMÓRIA E O TEMPO HISTÓRICO EM FACE À DITADURA MILITAR NO CONTEXTO DAS UNIVERSIDADES EM O LUGAR MAIS SOMBRIO, DE MILTON HATOUM
Resumo
Na trilogia O lugar mais sombrio, Hatoum inova a sua técnica narrativa, ao trabalhar com múltiplos planos espaço-temporais, por onde se distende, sobretudo, a voz da personagem Martim que, ao compor um arquivo histórico-memorialístico, desenha o cenário sociopolítico de um dos períodos mais conturbados e opressivos da história recente brasileira. O presente artigo pretende analisar, com base nas elaborações hermenêuticas de Ricoeur, as relações entre testemunho histórico e escrita, que configuram, pelo viés da narrativa, a construção de um arquivo. Nos valeremos, outrossim, da pesquisa de Motta (2014), sobre o contexto das universidades na ditadura militar, a fim de interpretar as ações de caráter artístico-cultural e intelectual, desenvolvidas pelos jovens com os quais Martim se relaciona em duas importantes universidades, UnB e USP.
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