HETERONOMIA E RESISTÊNCIA: POROSIDADE E EXTERIOR EM CERTA POESIA BRASILEIRA
Resumo
Este artigo analisa algumas obras e autores de poesia contemporânea brasileira por meio da ideia de heteronomia, a partir das provocações da crítica argentina Florencia Garramuño. A hipótese aqui é que diversos gestos da dita poesia lançam mão de procedimentos que encenam um texto poroso em relação a sua exterioridade, desenhando para a poesia uma identidade que não se define por meio de um discurso da espécie ou do próprio. Fazendo isso, tais poemas inserem a poesia em um campo expandido que abdica da posição transcendente tanto no que toca à sua relação com outras práticas no campo social, quanto no que toca a concepção da resistência política de que essa poesia é capaz. Por fim, para melhor precisar essa problemática, contraponho o paradigma de Garramuño à concepção das relações possíveis entre literatura e política assumida por Iumna Maria Simon.
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