Trabalho jornalístico e convergência digital no Brasil: um mapeamento de novas funções e atividades
Abstract
O artigo reflete sobre transformações na profissão de jornalista no Brasil com o surgimento de novas funções e atividades, derivadas tanto de mudanças estruturais no jornalismo quanto da arregimentação de saberes típicos dos trabalhadores do setor por empresas ou organizações não midiáticas. A análise toma como ponto de partida 465 respostas à pesquisa “Perfil profissional do jornalismo brasileiro”, realizada em 2012, 288 com descrições de novas funções e 177, de novas atividades. Argumenta-se que tais descrições designam competências recentemente demandadas dos jornalistas em três áreas: o planejamento de mídias; a produção de conteúdos e o desenvolvimento de novas linguagens; a gestão de equipes. Além disso, o acréscimo de novas atividades intensifica a exigência dos empregadores quanto a profissionais “multitarefa”. Por fim, argumenta-se que, ao dotar continuadamente o mercado de trabalho de novos profissionais com ensino superior completo, a expansão da oferta de cursos de Jornalismo no país favorece a ação de empregadores cujas estratégias comportam saberes típicos da profissão, tanto naquelas em que o jornalismo é uma atividade-fim, como naquelas em que é uma atividade-meio.