Vida, morte e incerteza no jornalismo
Um estudo da reportagem “Nove meses de luto” à luz da epistemologia da compreensão
DOI:
https://doi.org/10.5212/RevistaPautaGeral.v.11.22975Palabras clave:
Epistemologia da Compreensao, Jornalismo, Incerteza, Agência PúblicaResumen
“Nove meses de luto: impedidas de escolher, grávidas de fetos com órgãos vitais comprometidos se preparam para o luto durante o pré-natal” é uma reportagem publicada pela Agência Pública, em 2018. O texto de Joana Suarez relata a experiência de mulheres que precisam viver os nove meses de gestação, sabendo que seus(suas) bebês não terão vida fora do útero. À luz da epistemologia da compreensão, da forma como é trabalhada por Dimas Künsch, entendemos que a reportagem dialoga com os princípios da incerteza e da complementaridade de opostos ao narrar histórias, sobretudo, de vida e morte. Também fazem parte do texto noções como dialogia, polifonia, polissemia e afeto. Nos ajudam a tecer os sentidos sobre o assunto os pensamentos de Cremilda Medina, Edgar Morin, Mikhail Bakhtin e Muniz Sodré.
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