A naturalização da vigilância no Jornalismo a partir da ubiquidade das Câmeras
Palabras clave:
telejornalismo, vigilância, flagrante, fronteiras entre o público e o privado, câmeras amadorasResumen
No presente artigo, pretende-se refletir sobre uma das consequências da onipresença de câmeras na sociedade e da apropriação sistemática de seus registros pelas agendas do telejornalismo: o esgarçamento das fronteiras entre o que se entende por público e privado. Em busca de um enfoque mais preciso a este fenômeno, a análise centraliza-se em uma reportagem, considerada representativa, veiculada pela Rede Record, na qual se assiste ao aproveitamento de um registro feito de modo amador de um flagrante de infração. Deste modo, pretende-se investigar de que forma a popularização de dispositivos que registram o real – motivada por um ideal de atitude cidadã e um discurso de participação ativa do público nas produções jornalísticas - tem impulsionado a naturalização da vigilância distribuída (Bruno, 2013) como um modo de pertencimento à cultura.