História de um país invadido: pantanais entre Bororo, brasileiros, belgas e platinos (1870-1912)

Autores

  • Alexia Helena Araujo UFRJ
  • José Augusto Pádua UFRJ

Resumo

A segunda metade do século XIX trouxe grandes mudanças aos espaços mais ocidentais do Estado brasileiro: territórios não apropriados pelo paradigma moderno e capitalista tornaram-se alvos de projetos nacionais, comerciais, industriais. Na perspectiva de governantes, políticos e estadistas que formulavam remotamente as diretrizes para ocupação dos sertões, a natureza era vista sobretudo como recurso para o desenvolvimento econômico da “nação”. Vastas áreas de pantanais seriam, então, incorporadas ao território mato-grossense e brasileiro, através do mapeamento, da implementação de redes de transporte e comunicação e da instituição da propriedade moderna. Não obstante, as populações nativas, orientadas por lógicas diversas, rejeitariam as imposições desse novo paradigma, tentando manter o domínio sobre suas terras e suas comunidades. O presente artigo busca analisar transformações e conflitos ocorridos nesse desencontro entre povos locais, capitais e Estado nacional. Em campos e pantanais do Alto Paraguai, os Bororo Ocidentais enfrentariam, na transição entre o século XIX e XX, a ânsia colonialista da corporação Cibils que se associaria a órgãos e instituições estatais para impor violentamente formas específicas de interação com a natureza.

Biografia do Autor

José Augusto Pádua, UFRJ

Doutor em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, IUPERJ, Brasil. Docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil.

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Publicado

2020-12-02

Como Citar

ARAUJO, A. H.; PÁDUA, J. A. História de um país invadido: pantanais entre Bororo, brasileiros, belgas e platinos (1870-1912). Revista de História Regional, [S. l.], v. 25, n. 2, 2020. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/16461. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê O Brasil central: História, discursos e representações