Extremo Oeste:
A historiografia regional, o Oeste e a (Tríplice) Fronteira internacional do Paraná
Resumo
Existe uma historiografia clássica que compreende o Paraná como uma região do Brasil e o subdivide em três áreas histórico-culturais: Paraná Tradicional, Norte e Sudoeste/Oeste. Discípulo dessa escola, o historiador Ruy Wachowicz delimitou a região Oeste do Paraná para a qual propôs um modelo de interpretação segundo o qual se explica a ocupação dessa região a partir de dois processos históricos. O primeiro foi o sistema de extração da erva-mate nativa, conhecido como obrages, vigente na virada do século XIX para o século XX. O segundo foi a ocupação sistemática do território por meio da ação de companhias colonizadoras organizadas para atrair agricultores do sul do Brasil, descendentes dos imigrantes europeus, principalmente alemães e italianos. Em que pese o fato de que essa explicação da historiografia regional possa ser aplicada à maioria dos espaços que hoje compreendem o oeste do Paraná, argumentamos ela não se aplica ao espaço conformado pelo extremo oeste, e que hoje forma a região internacional da Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Esse artigo é resultado da análise de fontes documentais e mapas históricos que evidenciam as influências do contexto internacional regional (Parque Nacional do Iguaçu, Comércio de Ciudad del Este e Itaipu Binacional) e do contexto internacional global (imigração do Sudeste da Ásia e do Oriente Médio) na Tríplice Fronteira.
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