OS TESOUROS DO MORRO DO CASTELO: OURO DOS JESUÍTAS NO IMAGINÁRIO DO RIO DE JANEIRO

Autores

  • Carlos Kessel Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Rio de Janeiro, Jesuítas, Tesouros, Jesuits, Treasures

Resumo

A idéia de que havia um tesouro oculto nas entranhas do morro do Castelo fascinou, durante séculos, a população do Rio de Janeiro. Literatos, engenheiros e historiadores estiveram entre os que acreditavam que os jesuítas, ao serem expulsos por Pombal em 1759, haviam escondido riquezas incalculáveis nos subterrâneos que se estendiam a partir da Igreja e do Colégio construídos sobre o morro. A crença, reforçada por uma documentação que muitos julgavam duvidosa, subsistiu até a abertura da Avenida Rio Branco, em 1905, quando foi encontrada uma galeria que confirmava a existência da rede de túneis sob a montanha. Um dos objetivos deste artigo é acompanhar a trajetória da crença nestes tesouros, e daqueles que a partilhavam, ressaltando o contraste entre o cotidiano de pobreza e os sonhos de riqueza. É examinada também a multiplicidade de discursos e práticas - religiosas, míticas, médicas e urbanísticas - que têm como objeto o morro do Castelo, discursos que inicialmente se confundem e depois se afastam, na medida em que o berço da cidade, carregado de significação histórica e religiosa, caminha para o arrasamento. Isto finalmente acontece na década de 1920, em nome da necessidade de ventilação e embelezamento da cidade, após longa e renhida polêmica.

Biografia do Autor

Carlos Kessel, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em História (IFCS - UFRJ). Doutorando em História (IFCS - UFRJ).

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Publicado

2007-09-22

Como Citar

KESSEL, C. OS TESOUROS DO MORRO DO CASTELO: OURO DOS JESUÍTAS NO IMAGINÁRIO DO RIO DE JANEIRO. Revista de História Regional, [S. l.], v. 2, n. 2, 2007. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2041. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos