A CIÊNCIA ISENTA E A MÃO NO LEME DA HISTÓRIA.

Autores

  • Alexandre Hecker Universidade Estadual Paulista - UNESP/ASSIS

Palavras-chave:

história política, historiografia, contemporaneidade, engajamen-to, cidadania,

Resumo

Fazer história política - seja da prática ou da teoria, seja do político no sentido do evento presente no público ou no privado, nas estruturas sociais como na capilaridade do cotidiano - significa condenar o relativismo radical que assola o nosso terreno, significa reconhecer uma realidade objetiva e as possíveis cone-xões entre ela e os conceitos que a representam e, ao mesmo tempo, moldam-na. Ocorre com a história política hoje, mais do que com os outros afazeres de Clio, um apego ao evento, ao acontecimento e seus desdobramentos. No entanto, não se confunda essa aproximação com uma recaída na 'histoire événementielle'. A questão é diversa: se no nascimento dos tempos modernos a promoção do Estado exigiu da historiografia uma submissão total, a ponto de toda produção identifi-car-se com história política, agora, quando esse mesmo Estado entra em crise talvez terminal, a disciplina (certamente obrigada a renovar-se, a desenvolver novos métodos, alterar sensibilidades, captar simbologias e estender-se a novos campos) deve responsabilizar-se por pensar essa crise e avaliar os seus entendi-mentos. Por isso mais crítico do que nunca, é preciso que o historiador assuma o papel de adversário do relativismo cultural que assola a sua especialidade e adote posições. Trata-se de um novo e criativo engajamento que não dispensa uma constante e acelerada autoavaliação.

Biografia do Autor

Alexandre Hecker, Universidade Estadual Paulista - UNESP/ASSIS

Professor de História Contemporânea da Unesp/Assis.

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Publicado

2007-09-24

Como Citar

HECKER, A. A CIÊNCIA ISENTA E A MÃO NO LEME DA HISTÓRIA. Revista de História Regional, [S. l.], v. 4, n. 2, 2007. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2086. Acesso em: 9 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos