A História como possibilidade: trajetórias, afetos e resitências na história oral
Entrevista com Marta Rovai
DOI:
https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.29.24279Palavras-chave:
Marta Rovai, História Pública, História Oral, Gênero, SexualidadeResumo
Marta Rovai é historiadora, com formação pela PUC-SP, USP e UFF, e uma trajetória significativa nos campos da História oral e estudos de gênero. Sua atuação em núcleos como o NEHO-USP (Núcleo de Estudos em História Oral), o Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade e o Grupo AMHOR (Acervo de Memória e História do Orgulho LGBTQIAPN+ no sul de Minas) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) tem contribuído para importantes debates sobre memória, gênero e resistência. Sua pesquisa se destaca pelo compromisso com a escuta sensível e com a valorização de vozes historicamente silenciadas, mas não silenciosas, especialmente de mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e grupos marginalizados.
Em outubro de 2024, Marta Rovai participou do IV Colóquio do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PPGH-UEPG), cujo tema foi "Conhecimento histórico e resistência: público sensível e autônomo". Sua conferência de encerramento, realizada no Museu Campos Gerais, impactou profundamente a audiência ao abordar a importância do afeto na prática historiográfica e o reconhecimento da diferença como elemento constitutivo das relações sociais e da própria produção do conhecimento histórico.
Nesta entrevista, realizada para a Revista de História Regional do PPGH-UEPG, ela compartilha reflexões sobre sua trajetória acadêmica e profissional, suas experiências com história oral e seu entendimento sobre o papel do historiador e da historiadora na sociedade contemporânea. Entre os temas abordados estão a relação entre docência e pesquisa, o compromisso com a história pública, as intersecções entre gênero, classe e raça, e a importância da dimensão afetiva na produção do conhecimento histórico.
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