Conflitos rurais no Vale do Rio Doce: cenário, atores, roteiro e vivências (1945-1961)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.30.24344

Palavras-chave:

Vale do Rio Doce. Vale do Urupuca. Zona de Fronteira. Vivências Rurais. Conflitos Agrários.

Resumo

No Vale do Rio Doce, particularmente no vale do rio Urupuca, municípios de Itambacuri, entre 1945 e 1961, os conflitos agrários se intensificaram, como demostram as fontes utilizadas: processos de legitimação de terras, jornais e entrevistas. Constitui-se um caso particular dos conflitos rurais nas áreas de fronteira agrícola, em função da presença de comunidades de agricultores familiares posseiros, de fazendeiros pecuaristas e grandes empreendimentos capitalistas siderúrgicos, madeireiro e de mineração de mica. Esses conflitos são indissociáveis do processo de formação histórica do território do Rio Doce, particularmente na porção setentrional, entre as cidades de Governador Valadares e Teófilo Otoni. O estudo demonstra serem operacionais os conceitos de “frente de expansão” e “frente pioneira” para compreendermos o mundo rural e os conflitos agrários nas zonas de fronteira.

Downloads

Biografia do Autor

Alisson Cardoso de Oliveira, UNIVALE

Mestre em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio Doce.

Maria Terezinha Bretas Vilarino, UNIVALE

Doutora em História pela UFMG. Professora Adjunta da Universidade Vale do Rio Doce, vinculada ao
Núcleo Interdisciplinar de Educação, Saúde e Direitos (NIESD), laboratório do PPG GIT/Univale.

Referências

ANDRADE, Rômulo de Paula. “Conquistar a terra, dominar a água, sujeitar a floresta”: Getúlio Vargas e a revista “Cultura Política” redescobrem a Amazônia (1940-1941). Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, maio-ago. 2010, v. 5, n. 2, p. 453-468. Disponível em https://www.scielo.br/j/bgoeldi/a/CSBRwGrXhdL6DKjG5bGQWwG/abstract/?lang=pt. Acessado 26/11/2024.

ANUNCIAÇÃO, Flávio Luciano da. Entre Trâmites Políticos e Conflitos Sociais: a memória do contestado mineiro-capixaba. Dissertação (Mestrado em História). UFJF, Juiz de Fora, 2019. Disponível em https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12136. Acessado em 26/11/2024.

BORGES, Maria Eliza L. Representações do universo rural e luta pela reforma agrária no Leste de Minas Gerais. Rev. Brasileira de História, São Paulo, 2004, v. 24, n. 47, p.303-326. Disponível em https://www.scielo.br/j/rbh/a/J6mSyPGtY5GNKTtKWrV7Hpp/abstract/?lang=pt. Acessado em 27/11/2024.

BORGES, Maria Eliza Linhares. Utopias e contra utopias: movimentos sociais rurais em Minas Gerais (1950 - 1964). Dissertação (Mestrado em Sociologia), Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, UFMG, Belo Horizonte, 1988.

BRITO, Fausto. A ocupação do território e a devastação da Mata Atlântica. In.: PAULA, João Antônio de. (Coord. ) Biodiversidade, população e economia: uma região de Mata Atlântica. Belo Horizonte, UFMG/Cedeplar; ECMXC; PADCT/CIAMB, 1997, pp. 48-90. Disponível em https://www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/padctII/livro/CAP_2.pdf. Acessado em 26/11/2024.

CASTALDI, Carlo. A aparição do demônio no Catulé. Tempo Social, revista de sociologia da USP, São Paulo, jun. de 2008, v. 20, n. 1, pp. 305-357. Disponível em https://www.scielo.br/j/ts/a/bGy4xnZkfRnRyj4YFL4nX7v/?format=pdf&lang=pt. Acessado em 27/11/2024,

COSTA, Luiz Flavio de Carvalho. PCB e a questão do sindicalismo rural 1954-1964. Tese (Doutorado em História), USP, São Paulo, 1991; COSTA, Luiz Flávio Carvalho. A construção da rede sindical rural no Brasil pré-1964. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, nov. de 2013. v. 2, n. 1, pp. 67-88.

COSTA, Luiz Flávio de Carvalho. Sindicalismo rural brasileiro em construção. Rio de Janeiro: Forense universitária: UFRRJ, 1996, p. 71.

EGLER. Walter Alberto. Zona pioneira ao norte do rio Doce, Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, IBGE, 1951, v. XVIII, p. 223-264. Disponível em https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1951_v13_n2.pdf. Acessado em 26/11/2024.

ESPINDOLA, H.S. Legitimação e mercantilização de terras em Minas Gerais. In: XXV Simpósio Nacional de História. Anais Eletrônicos. Fortaleza: ANPUH, 2009, p. 7. Disponível em https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548772189_ce8345a4dc1645470bc64d0b6ad4f6c2.pdf. Acessado em 28/11/2024.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 27. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, PubliFolha, 2000.

GUERRA, Cláudio. Meio ambiente e trabalho no mundo do eucalipto. Belo Horizonte: Associação Agência Terra, 1995.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Caminhos e fronteiras. 3. ed. São Paulo: Quiron, Companhia das Letras, 1994.

LENHARO, Alcir. Colonização e Trabalho no Brasil: Amazônia, Nordeste e Centro Oeste. Campinas: Editora da Unicamp, 1985.

LIMA, J. M.; SANTOS, C. A. Análise da evolução temporal da degradação ambiental da Lagoa Dourada inserida no complexo lacustre do Rio Suaçuí Grande e Urupuca, afluentes do Rio Doce-MG. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, 25-30 abril 2009, INPE, p. 1417-1424. Disponível em http://marte.sid.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2008/11.17.13.06.22/doc/1417-1424.pdf. Acessado em 27/11/2024.

MARCÍLIO, Álvaro. O problema das terras devolutas e suas matas no Estado de Minas Gerais.

MARINHO Jr., L.D.; ESPINDOLA, H.S.; NODARI, E.S. A fronteira do carvão: siderurgia e floresta em Minas Gerais (Brasil) no século XX. Revista Ambiente e Sociedade, São Paulo, 2024, v. 27. p. 1-22. Disponível em https://www.scielo.br/j/asoc/a/r4rHK6KLqbbpvFj4c6wCdvf/abstract/?lang=pt. Acessado em 26/11/2024.

MARTINS, José de Souza. Fronteira: A degradação do Outro nos confins humanos. 2 ed., 3ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2016.

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, maio de 1996, v. 8, n. 1: pp. 25-70, p. 29. Disponível em https://www.scielo.br/j/ts/a/87HYbTyy3WqHHt49HTWJNJb/?format=pdf. Acessado em 26/11/2024.

PALAZZOLO, Frei Jacinto de. Nas selvas dos vales do Mucuri e do rio Doce. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1973.Disponível em https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/48/1/277%20PDF%20-%20OCR%20-%20RED.pdf. Acessado em 26/11/2024.

PEREIRA, Carlos Olavo da C. Nas terras do Rio Sem Dono. Rio de Janeiro: Codecri, 1988, p. 85-86.

PINTO, Cesar. Um ano de combate às doenças parasitárias que atacam os rodoviários da estrada Rio-Bahia, 1942 a 1943. Memória do Instituto Oswaldo Cruz. Rio de janeiro, v. 40, n. 3, jun. 1944. Disponível em https://www.scielo.br/j/mioc/a/wFQYqRRbpQL3wkHCgNkKsSx/?format=pdf&lang=pt. Acessado em 26/11/2024.

PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo: colônia. São Paulo: Brasiliense, PubliFolha, 2000.

SANTOS, Adauto Alves dos. A Rapinagem de Terras no Vale do Rio. Homens Poderosos e Empresas Riquíssimas Mandam Saquear, Incendiar, Roubar e Matar. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, 1957, a. 10, n. 2092, p. 3. Disponível em https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/108081/per108081_1957_02092.pdf. Acessado em 26.11.2024.

SAWYER, Donald R. Ocupação e Desocupação da Fronteira agrícola no Brasil: Ensaio de interpretação estrutural e espacial. In: Seminário Regional Expansão da Fronteira Agrícola e Meio Ambiente. 1981. Belo Horizonte: CEPAL/PNUMA/ UFMG, 1981. p. 1-28.

SIMAN, L.C. A história na memória: uma contribuição para o ensino de história das cidades. Dissertação (Mestrado em História) , Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, 1988. Disponível em https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FAEC-87HHJV/1/1000000104.pdf. Acessado em 27/11/2024.

STRAUCH, Ney (Org.). A Bacia do Rio Doce: Estudo Geográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1955; SILVA, Edmundo de Macedo Soares. O ferro na História e na Economia do Brasil. Rio de Janeiro, s/ed, 1972.

STRAUCH, Ney. Zona metalúrgica de Minas Gerais e Vale do Rio Doce. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia,195

VILARINO, M.T.B. Da lata d'agua ao SESP: tensões e constrangimentos de um processo civilizador no Sertão do Rio Doce (1942-1960). Tese (Doutorado em História), Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, Belo Horizonte, 2015. Disponível em https://historia.fafich.ufmg.br/defesas/213D.PDF. Acessado em 27/11/2024.

WAIBEL, Leo H. As zonas pioneiras do Brasil. Revista Brasileira de Geografia. out./dez. de 1955, ano XVII, n. 4, pp. 389-422. Disponível em https://pt.scribd.com/document/476532703/As-Zonas-Pioneiras-No-Brasil-Leo-Waibel. Acessado em 26/11/2024.

Publicado

2025-04-25

Como Citar

ESPINDOLA, H. S.; OLIVEIRA, A. C. de; VILARINO, M. T. B. Conflitos rurais no Vale do Rio Doce: cenário, atores, roteiro e vivências (1945-1961). Revista de História Regional, [S. l.], v. 30, 2025. DOI: 10.5212/Rev.Hist.Reg.v.30.24344. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/24344. Acesso em: 9 maio. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Mundo rural, vidas diversas: experiências, trabalho e cultura

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)