Conflitos rurais no Vale do Rio Doce: cenário, atores, roteiro e vivências (1945-1961)
DOI:
https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.30.24344Palavras-chave:
Vale do Rio Doce. Vale do Urupuca. Zona de Fronteira. Vivências Rurais. Conflitos Agrários.Resumo
No Vale do Rio Doce, particularmente no vale do rio Urupuca, municípios de Itambacuri, entre 1945 e 1961, os conflitos agrários se intensificaram, como demostram as fontes utilizadas: processos de legitimação de terras, jornais e entrevistas. Constitui-se um caso particular dos conflitos rurais nas áreas de fronteira agrícola, em função da presença de comunidades de agricultores familiares posseiros, de fazendeiros pecuaristas e grandes empreendimentos capitalistas siderúrgicos, madeireiro e de mineração de mica. Esses conflitos são indissociáveis do processo de formação histórica do território do Rio Doce, particularmente na porção setentrional, entre as cidades de Governador Valadares e Teófilo Otoni. O estudo demonstra serem operacionais os conceitos de “frente de expansão” e “frente pioneira” para compreendermos o mundo rural e os conflitos agrários nas zonas de fronteira.
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