Os colonos cientistas da América Portuguesa: Questões historiográficas

Autores

  • Magnus Roberto de Mello Pereira Universidade Federal do Paraná - UFPR
  • Ana Lúcia Rocha Barbalho da Cruz CEDOPE - Centro de Documentação e Pesquisa de história dos Domínios Portugueses - UFPR

Palavras-chave:

Intelectualidade luso-brasileira, Historiografia brasileira, Viajantes

Resumo

No final do século XVIII, uma crescente leva de colonos luso-brasileiros foi estudar na Universidade de Coimbra, que passara por uma reforma de cariz Iluminista ordenada pelo marquês de Pombal. Após concluírem seus cursos, muitos desses estudantes foram contratados pela coroa para estudar as colônias portuguesas da América e da África em moldes científicos. Embora nutrissem amplas expectativas em relação ao ‘progresso’ e ao desenvolvimento econômico da colônia do Brasil, eles seguiam padrões de lealdade à coroa. Quase todos os letrados formados em Coimbra se consideravam portugueses da América, leais súditos da coroa e estavam diretamente envolvidos na criação de um “Grande Império”, no qual coubesse às elites coloniais uma fatia de poder. O presente artigo estuda a recepção historiográfica do fenômeno. Após a independência, a progressiva adoção de princípios nacionalistas para a escrita da história do Brasil provocou a criação de subterfúgios com vistas a transformar esses colonos em “brasileiros”, conferindo à sua atuação um caráter nacional, antes mesmo de existir a nação.

Biografia do Autor

Magnus Roberto de Mello Pereira, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Iniciou a sua vida acadêmica cursando Arquitetura e, depois, Design. As dificuldades próprias desses velhos tempos levaram a que abandonasse a Universidade e partisse para a África, onde se tornou professor, na República da Guiné-Bissau. Foi no continente africano que descobriu a sua inclinação pela História. Ao retornar ao Brasil, fez toda a sua formação acadêmica em História, na Universidade Federal do Paraná. Posteriormente, realizou estágios de pós-doutoramento nas Universidades de Coimbra e no Instituto de Investigação Científica Tropical, em Lisboa. Iniciou sua carreira profissional no Museu da Imagem e do Som, do Paraná. Na gestão do ministro Celso Furtado, no Ministério da Cultura, foi Coordenador Geral de Políticas Culturais e Secretário de Atividades Sócio-Culturais. De volta a Curitiba, passou a integrar o corpo de pesquisadores do IPARDES, onde coordenou o projeto História da Indústria no Paraná. Finalmente, entrou para academia, ingressando nos quadros da Universidade Federal do Paraná, onde é professor adjunto. Sua atuação como pesquisador cobre Portugal e suas colônia, durante o Antigo Regime. Dentro deste grande recorte, especializou-se nos temas da cidade e da administração urbana e, mais recentemente, têm-se dedicado às viagens científicas realizadas por luso-brasileiros, no final do período colonial. É integrante e fundador do CEDOPE - Centro de Documentação e Pesquisa de História dos Domínios Portugueses. Foi agraciado com uma série de bolsas por parte da CAPES, do CNPq, da Fundação Araucária e da Fundação Carolina (Espanha), as quais lhe permitiram desenvolver uma intensa atividade de pesquisador em Arquivos do Brasil, de Portugal, da África e mesmo de Goa, na Índia

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Publicado

2014-07-23

Como Citar

PEREIRA, M. R. de M.; CRUZ, A. L. R. B. da. Os colonos cientistas da América Portuguesa: Questões historiográficas. Revista de História Regional, [S. l.], v. 19, n. 1, 2014. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/5419. Acesso em: 8 nov. 2024.

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