Lógicas de gestão: uma reflexão acerca de seus constrangimentos aos processos de aprendizagem e formação de competência

Abstract

O processo de formação de competência está relacionado de forma íntima com o processo de aprendizagem, sendo o profissional competente aquele que aprende a aprender. Os processos de aprendizagem e formação de competência exigem determinadas características do ambiente de trabalho para que ocorram; todavia, nem sempre a lógica de gestão adotada na organização possibilita a criação deste ambiente. Este trabalho analisou duas lógicas de gestão em relação ao ambiente ideal para identificar os constrangimentos existentes. As lógicas são baseadas em uma definição epistemológica das organizações, sendo elas: lógica do ator, com base na abordagem fenomenológica, entendendo que as ações humanas podem ser explicadas apenas a posteriori, sem regras de ações pré-concebidas e com intensos jogos políticos; e a lógica do agir organizacional, originada na 3ª via de Weber, vendo as organizações como processos estruturantes. Um estudo de caso foi realizado com duas empresas, identificando a correspondência delas com as principais características das lógicas, e verificando os constrangimentos à aprendizagem e formação de competência. Concluiu-se que os jogos de poder na lógica do ator dificultam as ações dos sujeitos, dificultando também seu desenvolvimento, enquanto que a visão de organização estruturante apresenta-se como mais adequada à aprendizagem e ação competente. Nesse contexto, o presente artigo almeja explicitar como cada lógica de gestão constrange os processos de aprendizagem e formação de competência.