Princesas e rainhas pretas

expressões da negritude na literatura de cordel

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5212/RIF.v.21.i46.0002

Palavras-chave:

Literatura de cordel, Folheto informativo, Mídia alternativa, Negritude

Resumo

O artigo apresenta aspectos conceituais sobre a negritude e sobre o folheto informativo da literatura de cordel, para, a seguir, analisar o conteúdo de narrativas sobre o suposto protagonismo de mulheres negras na luta por liberdade e direitos. A amostra é constituída por oito folhetos que abordam a trajetória de mulheres que viveram no Brasil, no período da escravidão, e que são apresentadas como princesas ou como rainhas. Pergunta-se que qualidades são atribuídas às personagens tratadas como altezas nas narrativas analisadas, tendo como hipótese que tais atributos reivindicam visibilidade e agregação de valor simbólico positivo às personagens.

Biografia do Autor

Alberto Magno Perdigão, Universidade de Fortalez

Jornalista, professor, mestre em Políticas Públicas e Sociedade; especialista em Comunicação Social, Publicidade e Propaganda; com aperfeiçoamento em Roteiro para Rádio e televisão. Pesquisa atual em literatura de cordel como mídia informativa em contextos de exclusão comunicacional, com ênfase nos folhetos de política.

Referências

ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Editora Seguinte, 2017.

ARRAES, Jarid. Mariana Crioula. S/d: Edição do autor, s/d.

ARRAES, Jarid. Zeferina. S/d: Edição do autor, s/d.

ARRAES, Jarid. Na Agontimé. S/d: Edição do autor, s/d.

ARRAES, Jarid. Tereza de Benguela. S/d: Edição do autor, s/d.

ARRAES, Jarid. Luísa Mahin. S/d: Edição do autor, s/d.

ARRAES, Jarid. Aqualtune. S/d: Edição do autor, s/d.

ARRAES, Jarid. Zacimba Gaba. S/d: Edição do autor, s/d.

AVENA, Armando. Luiza Mahin: os amores e a luta da líder da rebelião que reuniu todas as etnias para libertar os escravos e fundar um Estado islâmico no Brasil. São Paulo: Geração Editorial, 2019.

BARBOSA, Silvia Maria Silva. O poder de Zeferina no Quilombo do Urubu: uma reconstrução histórica político-social.S/d: Novas Edições Acadêmicas, 2015.

BRASIL/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA. Tereza de Benguela: a escrava que virou rainha e liderou um quilombo de negros e índios. Disponível em: https://www.ufrb.edu.br/bibliotecacecult/noticias/220-tereza-de-benguela-a-escravaque-

virou-rainha-e-liderou-um-quilombo-de-negros-e-indios. Acesso em: 14/06/2023.

BRASIL/UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA. Zeferina: o conto de uma quilombola. Disponível em: Acesso em: 15/06/2023.

CEARÁ CRIOULO. Zacimba Gaba, a princesa angolana escravizada que lutou por liberdade. Disponível em: https://cearacriolo.com.br/zacimba-gaba-a-princesa-angolanaescravizada-que-lutou-pela-liberdade-de-seu-povo/. Acesso em: 28/03/2023.

COLETIVO NARRATIVAS NEGRAS. Narrativas negras: biografias ilustradas de mulheres pretas brasileiras. Curitiba: Voo, 2020.

COLETIVO NARRATIVAS NEGRAS. Mulheres pretas da abolição: Dandara dos Palmares, Luiza Mahin, Maria Felipa e Tereza de Benguela. Curitiba: Voo, 2022.

FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. Poetas e cantadores. Disponível em: http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/cordel/poeta.html#. Acesso em: 27/03/2023.

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Luísa Mahin. Disponível em: https://www.palmares.gov.br/?p=26662. Acesso em: 28/03/2023.

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Estrutura Organizacional. Disponível em: https://www.palmares.gov.br/?page_id=95. Acesso em: 31/03/2023.

GERALDO, Evaristo. Zacimba Gaba a princesa guerreira. Fortaleza: Cordelaria Flor da Serra, 2017).

GOMES, Laurentino. Escravidão: da independência do Brasil à Lei Áurea.Rio de Janeiro: Globo Livros, 2022.

GONÇALVES, Aline Najara. Luiza Nahin: uma guerreira africana no Brasil. Belo Horizonte: Ceap, 2012.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Mulheres fluminense do Vale Paraíba: histórias de luta e conquista da cidadania feminina. Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro, s/d.

MACÊDO, Jhennefer Alves. Do esquecimento ao protagonismo: as princesas negras na literatura juvenil. Trabalho de Conclusão de Curso - Repositório Institucional da UFPB, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/2644. Acesso em: 14/06/2023.

MIRANDA, Noélia. Zacimba Gaba a princesa guerreira. Vitória: Editora Nsoromma, 2015.

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019. Disponível em: https://dlivros.com/livro/negritude-usos-sentidos-kabengelemunanga. Acesso em: 16/04/2023.

PERDIGÃO, Alberto. Política e literatura de cordel: o folheto como mídia informativa, alternativa, popular e contra-hegemônica. Fortaleza: RDS, 2022.

REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos Malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SODRÉ. Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. São Paulo: INTERCOM; Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.

TELES, Lorena Féres da Silva. Teresa Benguela e Felipa Crioula estavam grávidas: maternidade e escravidão no Rio de Janeiro 1830-1888. São Paulo: Unifesp, 2022.

Downloads

Publicado

2023-06-30

Como Citar

PERDIGÃO, A. M. Princesas e rainhas pretas: expressões da negritude na literatura de cordel. Revista Internacional de Folkcomunicação, [S. l.], v. 21, n. 46, p. 34–53, 2023. DOI: 10.5212/RIF.v.21.i46.0002. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/21784. Acesso em: 10 maio. 2024.