Princesas e rainhas pretas

expressões da negritude na literatura de cordel

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5212/RIF.v.21.i46.0002

Palavras-chave:

Literatura de cordel, Folheto informativo, Mídia alternativa, Negritude

Resumo

O artigo apresenta aspectos conceituais sobre a negritude e sobre o folheto informativo da literatura de cordel, para, a seguir, analisar o conteúdo de narrativas sobre o suposto protagonismo de mulheres negras na luta por liberdade e direitos. A amostra é constituída por oito folhetos que abordam a trajetória de mulheres que viveram no Brasil, no período da escravidão, e que são apresentadas como princesas ou como rainhas. Pergunta-se que qualidades são atribuídas às personagens tratadas como altezas nas narrativas analisadas, tendo como hipótese que tais atributos reivindicam visibilidade e agregação de valor simbólico positivo às personagens.

Biografia do Autor

Alberto Magno Perdigão, Universidade de Fortalez

Jornalista, professor, mestre em Políticas Públicas e Sociedade; especialista em Comunicação Social, Publicidade e Propaganda; com aperfeiçoamento em Roteiro para Rádio e televisão. Pesquisa atual em literatura de cordel como mídia informativa em contextos de exclusão comunicacional, com ênfase nos folhetos de política.

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

PERDIGÃO, A. M. Princesas e rainhas pretas: expressões da negritude na literatura de cordel. Revista Internacional de Folkcomunicação, [S. l.], v. 21, n. 46, p. 34–53, 2023. DOI: 10.5212/RIF.v.21.i46.0002. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/21784. Acesso em: 22 dez. 2024.