Arte Contemporânea e Candomblé
uma semiótica, um diagrama da cultura afro-brasileira
Resumo
A diversidade é um dos traços da cultura brasileira, sendo que a riqueza cultural dos povos de matriz africana marca amplamente o campo das experiências estéticas e religiosas, atuando como lócus de produção de subjetividades e questionamentos. A Arte Contemporânea e o Candomblé, ecoam uma África viva que afirma sua identidade e singularidade, ancestralidade resgatada na história cantada em cada ponto, em cada encrurzilhada, em cada obra. Os desafios desse estudo nos levam a compor um diagrama, uma semiótica dos terreiros, tendo na arte e no candomblé, os articuladores privilegiados de uma tessitura simbólica, significante de uma matriz negra na cultura, como força e resistência. A semiótica barthesiana nos conduzirá aos questionamentos sobre significação e imagem, e a filosofia deleuziana, nos dará suporte teórico ao diagrama da ancestralidade que nos constitui, onde o Candomblé e a Arte são pontos de partida de um caminho que não se fecha, nos projetando para além dos textos e seus significados: a própria experiência estética das obras refletidas ao texto construído. Este artigo é resultado de estudo mais amplo, cujo mote foi o questionamento da ancestralidade no audiovisual, tendo como desafio a definição de uma cartografia, nos levando ao possível diagrama de obras de arte realizadas por pessoas pretas no Brasil. No recorte proposto, propomos uma leitura nos termos de um diagrama aberto da obra de Clébson Francisco, artista multimídia cearense.
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