O I Congresso de Espiritismo de Umbanda (1941) e o discurso de desafricanização da umbanda:

a gramática da repressão

Autores

  • Valquiria Barros Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.5212/RIF.v.21.i46.0009

Palavras-chave:

Umbanda;, Desafricanização;, Discurso religioso.

Resumo

O objetivo deste estudo é compreender de que forma o movimento umbandista do início do século XX, no estado do Rio de Janeiro, delineou um ethos religioso embranquecido com nítido contorno racista. Partimos da análise da construção discursiva de textos apresentados no I Congresso de Espiritismo de Umbanda (1941) e amplamente divulgados por periódicos religiosos e outros simpatizantes do movimento. O recorte proposto parte da anunciação da umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, em 15 de novembro de 1908 como evento responsável pela construção do ideário de religião brasileira fortemente atrelado aos pressupostos políticos de construção da identidade nacional. Do ponto de vista teórico-metodológico, trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem exploratória e análise discursiva que buscou, a partir da revisão da literatura especializada, elucidar conceitos que pudessem relacionar a construção discursiva do ethos religioso ao processo de branqueamento da religião. Os resultados da investigação indicaram que a desafricanização da religião foi uma estratégia intencional de “limpeza” da religião articulada pela classe média branca para amalgamar o processo de legitimação da religião na sociedade urbana.

Biografia do Autor

Valquiria Barros, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Doutoranda (2019-2023) em Humanidades, Culturas e Artes pelo Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Humanidades, Culturas e Artes (PPGHCA), na Universidade do Grande Rio, com financiamento CAPES. Mestrado (2022) em Educação, Gestão e Difusão em Biociências, no Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM/CCS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestrado (2016) em Humanidades, Culturas e Artes, Universidade do Grande Rio, com financiamento CAPES. Pós-graduada (2013) em Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Graduação (2022) em Ciências Sociais, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduação (2003) em Comunicação Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É integrante pesquisadora do Laboratório Violência e Sociedade: políticas públicas, narrativas, subjetividades e enfrentamentos (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/554682). É Pesquisadora do Grupo de pesquisa Docência e Tutoria na Educação a Distância: práticas e desafios (dgp.cnpq.br/dgp/espelhorh/5041687769952065). É Participante do Laboratório de Ética em Pesquisa, Comunicação Científica e Sociedade (LECCS), do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM), na área de Educação, Gestão e Difusão em Biociências, do Centro de Ciências das Saúde (CCS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/5041687769952065. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6175-8996

 

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

BARROS, V. O I Congresso de Espiritismo de Umbanda (1941) e o discurso de desafricanização da umbanda:: a gramática da repressão. Revista Internacional de Folkcomunicação, [S. l.], v. 21, n. 46, p. 167–189, 2023. DOI: 10.5212/RIF.v.21.i46.0009. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/21865. Acesso em: 22 dez. 2024.