Folkcomunicação em Portugal: a esfera permeável da literatura oral
Abstract
O intercâmbio entre o património folk artístico-verbal e os meios de comunicação de massa configura uma curiosa forma moderna de compatibilização entre o antigo, o integral ou residual da tradição oral, o progresso tecnológico acelerado e a voragem cada vez mais intensa da publicidade. Sinalizar, conhecer e estudar essa nova biblioteca ou videoteca oral, esses produtos simultaneamente arcaicos e modernos, compreendê-los no novo quadro social, histórico, económico, antropológico e cultural, significa interpretar melhor os valores simbólicos e psicológicos associados à voz humana, o homem moderno e a sociedade da informação. No espaço mediático português (e ibero-americano), a oralidade mediatizada mecanicamente, portanto diferida, adiada, prolongada, repetida no tempo e no espaço, interioriza a memória colectiva e ao mesmo tempo expressa-a, espacializa-a. É por isso que a voz, mais habitualmente do que a escrita, assume na poesia um discurso erótico explícito, a que modernamente se junta a força da imagem estilizada. A reiteração que caracteriza essas vozes mediatizadas despersonaliza-as, mas essa propriedade não lhes retira a sua vocação comunitária, o que significa que uma oralidade mediatizada que se alimente do folclore oral pertence assim, por direito, à cultura de massas.Downloads
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