São Gonçalinho “nosso menino”: rituais de celebração festiva da vida dos aveirenses
Resumen
Através dos testemunhos de devotos e brincantes da Festa do São Gonçalinho de Aveiro, revelam-se sentimentos de forte religiosidade e ludicidade do povo do Bairro da Beira-Mar, da Cidade de Aveiro. Apresentam-se diversos rituais festivos, de que se destacam o arremesso das cavacas, a dança dos mancos e o cortejo da passagem do ramo com as quadras alusivas a cada um dos rituais. Anualmente, num fim-de-semana alargado, entre 7 e 11 de Janeiro, os devotos actualizam e celebram a vida, partilhando dores e alegrias que foram sendo compartilhadas com o “nosso menino”. A identidade e origem do São Gonçalinho de Aveiro é colocada em questão. Defende-se a hipótese de que ele não é o mesmo São Gonçalo de Amarante, mas sim o Beato São Gonçalo Garcia, filho de pai português e de mãe indiana, que no Brasil era o protector dos pardos e lhe celebravam festas em sua honra, no Recife em 1745. Deste modo, se pretende divulgar uma reflexão sobre a Festas de São Gonçalinho e contribuir para desvendar o enigma da identidade e origem do “nosso menino”, o São Gonçalinho de Aveiro. Palavras-chave: ludicidade, festa, ritual, religiosidade Saint Gonçalinho "our dear child": some festive celebration rites in the life of people from Aveiro Abstract: From the accounts of devotees and revellers who celebrate the Saint’s Day in honour of Saint Gonçalinho of Aveiro, there can be discerned deep religious feelings as well as a spirit of playfulness among the people from the Beira-Mar (seaside) district of the city of Aveiro. There are various festive rituals of which the most prominent are the hurling down of the ‘cavacas’ (hard, disk-like cakes), dance of the lame and the procession of the branch accompanied by the verses which describe each of the rituals. Every year, during the long weekend of the 7th to the 11th January, devotees celebrate and come to terms with life by sharing the sorrows and joys which "our dear child Saint Gonçalinho" also had to endure. The identity and origin of Aveiro’s Saint Gonçalinho is subject to debate. There are those who maintain that it is not the same Saint Gonçalo of Amarante, but the blessed Saint Gonçalo Garcia, the son of a Portuguese father and Indian mother, who was the protector of the Pardo (mixed race) people and in whose honour people, in 1745, celebrated festivals in his honour in Recife, Brazil. So we intend to put forward some thoughts about the Feasts of Saint Gonçalinho and in this way contribute towards unravelling the enigma of the identity and origin of "our dear child", Saint Gonçalinho of Aveiro. Keywords: ludicity, playfulness, celebration, ritual, religiosity. San Gonzalito “nuestro niño”: rituales de celebración festiva de la vida de los aveirenses Resumen: A través de los testimonios de devotos y asistentes a la fiesta de San Gonzalito de Aveiro, se descubren sentimientos de fuerte religiosidad y entretenimiento del pueblo del barrio de Beira-Mar, de la ciudad de Aveiro. Existen diversos rituales festivos, entre los cuales destacan el lanzamiento de las cavacas, la danza de los mancos y la procesión del paso del ramo con los cuartetos alusivos a cada uno de los rituales. Todos los años, en el puente del 7 al 11 de enero, los devotos se ponen al día y celebran la vida, intercambiando penas y alegrías que han ido compartiendo con “nuestro niño”. La identidad y el origen de San Gonzalito de Aveiro son inciertos. Se defiende la hipótesis de que no es el mismo San Gonzalo de Amarante, sino el beato San Gonzalo García, hijo de padre portugués y de madre indiana, que en Brasil era el protector de los pardos , los cuales, en Recife en 1745, celebraban fiestas en su honor. De este modo, se pretende promover una reflexión sobre las fiestas de San Gonzalito y contribuir a desvelar el enigma de la identidad y origen de “nuestro niño”, San Gonzalito de Aveiro. Palabras clave: ludicidad, fiesta, ritual, religiosidad.Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Os autores são responsáveis, em qualquer que seja o formato do texto, pelas opiniões expressas ou indiretas presentes em seus respectivos trabalhos, não endossáveis pelo Conselho Editorial e pelos editores da Revista, bem como pela autenticidade do trabalho. Ao publicar trabalhos na Revista Internacional de Folkcomunicação, os autores cedem automaticamente os direitos autorais à publicação para veiculação das produções acadêmicas, sem ônus para a Revista. Os autores detêm os direitos autorais do texto para o caso de publicações posteriores e concedem à Revista Internacional de Folkcomunicação o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista. Por serem publicados em revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais, sendo permitida a publicação simultânea em repositórios institucionais.