Líderes-folk nas práticas integrativas de saúde
o reconhecimento das benzedeiras no processo de cura
DOI:
https://doi.org/10.5212/RIF.v.22.i48.0004Palabras clave:
Folkcomunicação , Benzedeiras, Patrimônio Imaterial, Políticas Públicas, Saúde ColetivaResumen
O presente artigo versa sobre a inserção das tradicionais Benzedeiras nas atividades de saúde oferecidas aos segmentos comunitários, utilizando-se de recursos ancestrais, em conjunto com as ações oficiais de atendimento. Objetiva-se refletir sobre a religiosidade popular e o conhecimento ancestral com o processo de cura, o papel de líderes de folk neste processo. Ainda objetiva- se avaliar as relações que permeiam a coexistência entre as benzedeiras e o sistema oficial de saúde a partir da análise de algumas experiências de inserção das Benzedeiras em programas oficiais de saúde. Para tanto, foi desenvolvida pesquisa exploratória, com uma abordagem qualitativa, baseada em pesquisa bibliográfica e documental, em livros, periódicos, websites e estudo de ações que já estão em prática em algumas cidades e Estados, valendo-se do método dedutivo. Por derradeiro, constatou-se o reconhecimento do ato de benzer como Patrimônio Imaterial da Cultura, sendo necessário o fortalecimento das políticas públicas de reconhecimento dos saberes e fazeres coletivos das benzedeiras; importante também a validação desses agentes enquanto líderes na transmissão de conhecimentos por meio de suas práticas de benzimento para a saúde prestados de forma gratuita e solidária à comunidade em geral. A Convivência e Integração entre os métodos tradicionais de cura e os programas oficiais de saúde, permitem um avanço na luta contra as mais variadas formas de repressão e marginalização dos saberes tradicionais de cura, e ainda viabilizando a manutenção e repasse de tais conhecimentos.
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